Encontro familiar

Ao sair da garagem, o tecnopata pode notar que uma nave pequena como a dele o segue. É uma nave da Reconquista, é claro, provavelmente enviada por Heylel para que ele não faça besteiras. Após de algumas horas de viagem, Wilhem não tem problemas durante o trajeto indicado por ENE, a IA da Reconquista cujo acesso lhe foi permitido por Melroa anteriormente. Quando se dá conta, o garoto já está sobrevoando Nazod, bem acima de Gradopolis, seu destino. Entretanto, em uma fração de segundos sua presença é detectada pelos satélites de segurança da Aliança, que cercam o planeta.

— Nova mensagem recebida, operador. — É o que diz ENE, quando os mesmos dizeres aparecem no canto superior direito do painel da nave.

Ao abrir a mensagem, um áudio toca com uma voz muito bem sintetizada, podendo ser confundida com uma pessoa por alguém sem familiaridade com a IA de altíssimo nível da Aliança.

"Bom dia, pessoa bonita e inteligente! Seja bem vindo a Nazod, um lugar cheio de pessoas legais e coisas para você comprar. Sua nave infelizmente não está cadastrada no banco de dados da SIDA, que no caso sou eu. Preciso saber se você não é um tipo de criminoso maluco antes de permitir sua aterrissagem. Caso você seja, eu terei que acionar uma patrulha que vai ser bastante agressiva!"

A IA têm de fato uma programação curiosa. Isso porque seus criadores, os Garesianos, acharam que fazê-la dessa maneira tornaria sua comunicação compreensível para os seres inferiores que passariam a habitar seu planeta natal.

Tudo parecia estar indo estranhamente bem na trajetória até Gradopolis, fato que Wil chegava a estranhar, uma vez que até então o destino parecia arremessar baldes de estrume alienígena no ventilador um atrás do outro. Apesar dele estar sendo seguido o tempo inteiro por uma nave pequena, não chegou a se alarmar por ela possuir um design parecido com a sua própria carrocinha.

Mas foi então que o primeiro problema aparecia em sua frente. Satélites da Aliança rondavam pelo planeta, e buscavam pelo reconhecimento da nave que Wilhelm pilotava. Apesar de ser um procedimento completamente comum de planetas civilizados, o tecnopata certamente havia esquecido que isto existia.

Ele poderia simplesmente esclarecer o seu nome verdadeiro e a sua posição como piloto de testes da empresa de sua mãe, mas havia um pequeno problema. Ele recentemente havia sido identificado como um criminoso em potencial, por auxiliar um grupo de rebeldes composto majoritariamente por foras-da-lei, e que recentemente foram culpados por um crime terrorista naquele mesmo planeta. Além de que ele NÃO TINHA LICENÇA ESPACIAL PRA PILOTAR A CARALHA DE UMA NAVE DO TAMANHO DA MÃE DO NARRADOR.

Portanto, teve de se virar. Buscou rapidamente na Internet por uma identidade de algum estudante a qual pudesse se apropriar. Tinha de procurar por alguém que fosse minimamente parecido com ele; pelo menos de cabelos castanhos, uma vez que o visor dado por Heylel cobrisse a parte superior de seu rosto. Ao encontrar, ele prosseguiu, tentando não estragar o seu disfarce sendo breve.

— M-Meu nome é Julian Stingray.

Por alguns instantes, silêncio. A nave de escolta já partira quando Wilhelm entrou na área dos satélites de Nazod, e já ligara seu sistema de camuflagem para partir dali. O engenheiro agora está sozinho com um caminhão espacial cheio de comidas de réptil e uma identidade falsa.

— Seja bem-vindo, Julian Stingray. Aproxime-se do hangar 8812 e receberá auxílio de um guia. Aproveite sua visita a Gradopolis, e lembre-se de não explodir símbolos da nossa cultura e desenvolvimento!

Foi tudo o que a IA disse antes de desligar a chamada e exibir uma imagem da pista de pouso na qual Wilhelm foi autorizaEle sabe bem que Gradopolis é a maior metrópole que existe, do tamanho de um pequeno país. Não seria tão fácil encontrar Stellae e Cold, tampouco enganar a melhor inteligência artificial já projetada.

Ao receber visão sobre o local em que ele foi autorizado a pousar, Wil preparava-se para direcionar a sua nave em direção à ponte, ao mesmo tempo em que diminuía gradualmente a velocidade de seu espaço-veículo. Enquanto ansiosamente se aproximava do solo, o garoto parava para ler um pouco mais sobre Julian Stingray, estudante pelo qual teria de se personificar. Apertou bem o seu visor para esconder os seus olhos adequadamente, e guardou o tapa-olho no bolso do sobretudo azulado.

Enfim saiu de sua nave, passando a caminhar o mais calmamente o possível. Olhava aos arredores frequentemente; poderia parecer somente um turista curioso e confuso, mas na verdade ele estava sendo cauteloso. Não tinha exatamente a experiência necessária, portanto não fazia a menor ideia de como essas burocracias funcionavam.

Wilhelm estaciona a nave com sucesso na pista de pouso, uma plataforma acinzentada e cercada por luzes azuis, no meio de milhares outras. Quando o mar de plataformas acaba, o garoto pode ver os prédios que formam a enorme metrópole de Gradópolis, ainda abalada pelo ataque da Reconquista. 

Quando ele enfim desce do veículo, no momento inicial não vê nenhum guia o esperando, o contrário do que a IA havia dito. Na verdade, ele pode notar que não um, mas três homens sobem as escadas do hangar onde ele se encontra. Todos usam uniformes da Aliança e, por conta dos capacetes escuros, é impossível visualizar seus rostos e identificar suas raças.

— Fique parado aí, garoto. — Um dos Oficiais diz, andando na frente dos outros dois. — Quem é você de verdade, afinal?

Ele então pode notar que este homem tem um minúsculo dispositivo preso em seu pulso direito, que emite uma pequena luz azul. Dele, a voz da IA pertencente à Aliança, SIDA, retorna.

— Como já foi avisado, se você fosse um criminoso maluco eu teria que mandar uma patrulha bem agressiva. E apenas um criminoso maluco teria que mentir a identidade, não é mesmo? Aqui estão eles então, e você realmente deveria se explicar antes que eu chame mais deles! Não gostamos de pessoas que explodem símbolos da nossa cultura e desenvolvimento, "Julian Stingray".

Quando foi interceptado pelos três soldados Aliados, o jovem ciborgue quase foi incapaz de impedir que suas calças fossem completamente borradas. Apesar de ser considerado uma pessoa "bonita e inteligente", como dito anteriormente pela própria SIDA, ele caiu completamente na emboscada da inteligência artificial.

— E-Então... — Coçou a bochecha. Ele já sabia o que dizer, e certamente a gagueira em suas falas dispensariam qualquer tipo de "ato". O nervosismo de Wilhelm era real, apesar de tudo. — Eu meio que sou menor de idade... e não tenho licença espacial pra pilotar naves. Hehehe. — Exibiu o sorriso amarelo mais sem graça o possível. Aquilo era verdade.

O Oficial que toma a frente, provavelmente possuindo uma patente mais alta que os outros e, portanto, liderando-os, cruza os braços e balança a cabeça negativamente, desaprovando a situação. Ele suspira, como se já tivesse passado por isso algumas vezes ao longo de sua carreira.

— Esses adolescentes... Saem de perto dos pais e não conseguem evitar de fazer besteiras. Você tem noção do quanto é perigoso sair por aí dirigindo sem nem ser comprovado que você consegue fazer isso corretamente, criança? Pode não por apenas sua vida em perigo, como também a de várias outras pessoas. — Ele então descruza os braços apenas para estender sua mão direita, como se esperasse receber algo. — Preciso da sua identidade, por favor. Não torne as coisas mais difíceis.

A voz de SIDA manifesta-se novamente, já que ela aparentemente "presencia" tudo que acontece através do pequeno aparelho.

— As mães não costumam gostar desses comportamento. — Ela começa, enquanto um display em HUD subitamente surge a partir do traje de um dos oficiais e exibe uma série de infográficos — Estudos indicam 74% das fêmeas que precisam conviver com uma cria delinquente sofrem de problemas emocionais ligados a ansiedade. Além disso, costumam entrar na menopausa mais cedo.

Ouvia aquela correção oriunda dos oficiais de cabeça baixa. Mas de uma forma ou outra, Wilhelm não exatamente tinha alguma escolha, naquela ocasião. Tudo o que ele havia realizado hoje foi simplesmente com o intuito de ficar vivo. Apesar disso, ele não exatamente tinha certeza de que a Aliança iria acreditar em sua história. Entregou a sua identidade verdadeira com certo receio, até ouvir o techno-celular tocando em seu bolso.

A partir daquele ponto, ele já sabia quem era. Não precisava nem checar, já que havia pessoalmente trocado o toque do celular para quando sua mãe ligasse. Aquele toque aterrorizava-o toda vez.

— Olha, SIDA. Falando nisso... — Puxou o technophone para fora do bolso e entregou ao oficial que exibia a inteligência artificial através de seu traje. — Minha mãe está ligando. Gostaria de falar com ela? — Perguntou, com ansiedade. Os oficiais podiam ouvir um "Por favor" quase inaudível vindo da boca de Wilhelm, como se ele estivesse implorando para atenderem por ele. Era incrível como sua mãe conseguia ser onisciente nos momentos ruins.

O oficial recebe a identidade, claramente aliviado pelo garoto não ser tão rebelde quanto os outros, que nunca lhe entregam da primeira vez. Ao menos, não a verdadeira. Mas nem isso ele pode verificar, pois antes que o faça, uma ligação é recebida no technophone do garoto e ele fica alerta.

Quando Wilhem revela que é a sua mãe ligando, o guarda assente com a cabeça. Eles já teriam que contatar a mãe do garoto em algum momento, afinal. Não seria um problema adiantar isso. SIDA é novamente acionada, fazendo com que a luz azul do dispositivo no pulso do homem pisque novamente.

— Parece muito conveniente. Historicamente, a fúria de uma mãe é muito mais eficaz do que qualquer infantaria! Eu estaria preocupado se você... e se eu fosse capaz de sentir algo.

— Er.... pois não?  — Murmura o oficial na ligação, ignorando por enquanto a identidade fornecida

Demora mais tempo que o normal para que Heylel e sua tripulação improvisada chegam próximos a órbita de Nazod, sede principal da Aliança. Mesmo membros renomados da Reconquista não ousam tentar invadir a mais protegida cidade de todo o universo, ainda mais a serviço. E pensar que da última vez que visitou o planeta, o albino estava atrás de absorventes.

A nave de Melroa não era das mais rápidas, tampouco das de melhor qualidade. Era realmente um transporte genérico, inadequado para combate e incapaz de realizar viagens muito rápidas. Ninguém poderia contar com ela para aquela missão, e certamente teriam problemas se sofressem com uma perseguição com aquela banheira. Sabendo disso, Sirus decidiu que seria sua vez de agir.

— S-Senhor? Se me permite... — Disse, já tomando liberdade para acessar o painel da nave. —  O código de segurança em Nazod determina rondas periódicas e localizadas durante situações críticas como a que estamos porque os seus amigos... ahm... explodiram a cidade.

Apesar de hesitante, o garoto exibe um pouco mais de atitude dessa vez. Por mais que Llyani não tivesse se convencido com o papo de Cody e Heylel, o garoto pôde compreender que nem todos da ordem rebelde têm más intenções. Além disso pretendia sair daquela situação vivo, e se estava na chuva deveria se molhar de uma vez.

— Eu tracei uma rota no mapa de navegação da sua nave, contornando ou prováveis pontos de patrulha. Eu posso tentar encontrar uma pista de pouso improvisada também, mas se o senhor não for hábil o suficiente pode acabar prejudicando a nave... não que eu esteja implicando que vossa excelência não seja, hehe....

*Ao lado de Sirius que era seu co-piloto, Heylel seguia a viagem ouvindo o que o garoto tinha a dizer, ele que demorou um tempo para desengasgar seu plano de ação, e isso era otimo, um sinal de que tal se sentia cada vez menos "fora de casa" ou simplesmente tinha aceitado a situação, de qualquer forma, isso já era o suficiente para não precisar mata-lo no final de tudo*

-Eles não são nossos amigos, são apenas extremistas que não tem nada a ver com a ordem. *Falou Cody de forma firme por não concordar com toda aquela violência e discórdia, já seu mestre ficou quieto, afinal, concordava com aquele tipo de conduta, só achou melhor não expor por hora*

-Habil o suficiente? *Apos o comentário o androide deixou um "Ahnnn..." escapar devido ja fazer um bom tempo que seu dono não pilota prioritariamente devido Melroa sempre fazer esse papel, consequentemente ele estava bastante enferrujado, todavia, antes que seu parceiro metálico falasse algo sobre esse assunto o albino deu um "soco cômico" no rosto dele o fazendo cair pra trás*

-Eu consigo, ENE, modo manual e de auxilio. *Tirou a I.A do piloto automático, respirou fundo e começou a ajustar os comandos olhando para frente, nisto, o Familiar sacou dum paninho e começou a bater de leve na testa do piloto buscando relaxa-lo e limpar alguma gota de suor*

A zona indicada por Sirus é o topo de um prédio aparentemente em reformas para se tornar um grande shopping mall, que serviria bem como uma zona de pouso improvisada. Com o tamanho desenvolvimento de Nazod, áreas rurais são extremamente raras, e as poucas que existem são de propriedade de algum produtor ou comerciante interessado em obter recursos. Por causa disso, encontrar uma zona de pouso isolada seira impossível.

Apesar da falta de costume, o ciborgue consegue realizar a pilotagem com perfeição e sem prejudicar nenhum componente do veículo. Muitos pilotos profissionais teriam dificuldades em realizar aquela manobra, mas Heylel realiza o feito sem muitas dificuldades provando mais uma vez que home não precisa de muié pra nada não.

Como nenhuma notificação de SIDA havia sido recebida, a ideia de Sirus provavelmente havia funcionado Apesar de orgulhoso, porém, o jovem continua temeroso perante a Heylel e sequer comemora o sucesso de seu tracking.

— Chegamos. Em quem eu tenho que bater? — Resmunga Llyani, já impaciente.

*Tomando extremo cuidado na direção, Heylel segue com a nave até o lugar que ia sendo indicado por Sirius e durante todo o trajeto Cody só faltou roer as unhas que não tinha de tanto nervosismo, o que acabou camuflando o próprio nervosismo do piloto que estreitava seus olhos ainda meio incerto com a qualidade de sua direção já que realmente fazia tempo que não era capitão de uma nave. Com o pouso suave, o albino respirou fundo aliviado apoiando bem as costas em seu banco*

-Ufa Boss, eu tinha certeza que você conseguiria! Ta vendo, você não precisa daquela mala sem alça da Melroa pra fazer as coisas, você é sim muito talentoso! *O Kroyvisiano olhou para seu androide em silencio e percebendo que havia tocado na ferida, o robô ficou meio sem jeito e acabou batendo sua mão propositalmente no ombro de Sirius*

-Ta vendo só como você tem potencial! Segue assim que com certeza a Nyla vai te notar, você é um ótimo garoto e co-piloto! *Abraçou então os dois ja que estavam sentados um do lado do outro e ele ali no meio. Ao ouvir Llyani, ele abaixou a cabeça e sussurrou so para os dois ouvirem*

-Caraca, parece que ela é meio perigosa né?... *O ciborgue mantinha sua feição estoica encarando seu Familiar de canto de olho o respondendo também baixo para a mulher não ouvir*

-Ual Sherlock, só agora que você percebeu? *Cody acabou rindo um pouco sem graça sobre a situação e simplesmente do nada Heylel recebia uma mensagem e ao ler era de seu padrinho o dando os parabéns por ter conseguido entrar em Gradopolis sem nenhum problema apesar da segurança reforçada*

-Esse cara... Enfim, como puderam perceber está chovendo bem forte e isso é bom, vai nos ajudar a passar despercebidos pela multidão que não vão estranhar nossas capas dada a proteção da chuva, outra coisa importante é que com esse clima provavelmente não vão ter tantos civis e guardas na rua e os que tiverem não terão tanta atenção ou darão tanta importância quanto seria caso o dia estivesse limpo, conclusão, tivemos uma boa ajuda do narrador destino dessa vez, então não vamos desperdiçar. *O atual capitão então se levantou de seu lugar e deu comandos para ENE fazer certas coisas em sua ausência sincronizando ela com seu bracelete para conseguir faze-la ir até onde eles estivessem caso precisassem dela repentinamente ou sei lá, só para facilitar o processo Agora de pé ele expôs uma tela holográfica para todos ali mostrando Wilhelm*

-A situação é a seguinte, temos que resgatar esse garoto e mais 3 indivíduos, como podem perceber ele está cercado de membros da Aliança, ou seja, esse é o momento que Sirius entra em ação, ele será responsável de ir junto a Cody até onde o garoto está e livrar a cara dele, só isso, como Sirius já pertence a Aliança, nesse mesmo momento ele inclusive pode retornar para a mesma, enfim de volta ao lar depois de tantos apuros garoto, esse será o seu momento. *Aquela noticia foi como uma estaca cravada no peito do androide que bem, tinha feito seu segundo amigo com Wilhelm sendo o primeiro, porém, a conversa, convivência com aquele membro da Aliança foi bem mais estreita do que a qual teve com o menino mercenário, consequentemente o considerava mais, praticamente seu melhor amigo*

-É garotão, acho que esse vai ser o nosso adeus, não é mesmo? Foi bom enquanto durou, você é legal, só que por favor, tente não fazer parte dessas missões perigosas, como você viu existem extremistas na nossa ordem, pessoas que distorcem nossos ideais, numa próxima vez você pode até morrer, então por favor, por nos dois, se cuida ta? *A maquina tocou no ombro do aliado e fez um joinha para ele, estava feliz pelo tempo que passou com aquele rapaz por mais curtinho que tenha sido, mas pelo menos tudo tinha dado certo e agora não só ele como o próprio Heylel tinham suas visões um pouco diferentes do que cada lado é e como agem, nem todos são maus, nem todos são extremistas, nem todos querem matar ou destruir, muitos só estão fazendo seu trabalho, apenas querem sobreviver e um dia a mais voltarem para suas famílias mais uma vez*

É um fim de tarde em Gradopolis, e poucas naves transitam ao redor dos presentes, no máximo sendo transportes empresariais ou naves meteorológicas. No solo a situação já é diferente, visto que alguns veículos terrestres causam um certo congestionamento abaixo. Ao menos na grande metrópole, grandes outdoors exibem noticiários e esportes para os interessados, e o atual dá uma breve nota sobre alguns resultados da aventura na nave-mãe.

"E os dois jovens identificados como Nyla Arnistov e Haiyalon Sirus continuam desaparecidos. Ambos são recrutas que estavam em serviço durante a missão de emergência de caça à nave-mãe da Reconquista que parasitava o sistema de Utrin.


A primeira é uma órfã adotada por um embaixador de Marte que já se declarou ao assunto, demonstrando sua gigantesca preocupação com a filha inexperiente e revelando que não a autorizou a participar da missão. O segundo se trata do filho de um militar que estava presente na mesma missão, mas que foi confirmado como falecido durante uma operação nas garagens."

Sem contato com a Aliança e com os superiores, Sirus não faz ideia do que é dito nas reportagens. Cutucado por Cody e aparentemente distraído com esse, ele ao mesmo tempo não presta atenção no que é dito, visto que também gosta de interagir com o novo amigo. Quem não gostaria de conversar com um robô com personalidade afinal? Tal tecnologia é totalmente proibida nos territórios da Aliança.

— N-Não se preocupa não, Cody. Você deve ter acesso a internet, então a gente mantém contato.

— Vocês realmente precisam de mim pra resgatar um moleque? Pfft, estaremos em Tuntau em no máximo duas horas. — Bufa a mística enquanto cruza os braços, ranzinza como sempre. — E então, "capitão", qual o nosso primeiro passo?

*Dado os ditos da missão, Heylel e sua atual tripulação seguiram para fora da nave e graças as capas se protegiam muito bem da chuva, afinal, não era apenas pano e sim um tecido especial que parecia escorrer a agua mantendo-os secos por mais que quem sabe estivesse caindo um temporal. Ali fora, Heylel olhou seu bracelete e ali não havia detalhe algum da missão, ou seja, teria que se virar para encontrar o dito doutor Q*

-Não apenas um moleque, falo mais sobre os outros alvos no caminho, e sim, esse é o espirito Llyani, aproposito... *Seguiu até Sirius e o ofereceu a mão num gesto de boa fé sorrindo fino para o garoto, algo que fez Cody ficar bastante espantado a ponto de não conseguir responder o atual amigo após sua fala*

-Obrigado garoto, sei que passar por tudo isso deve ter sido bastante coisa para você, mas são experiencias como essa que tornam homens ainda melhores, a Aliança precisa de pessoas como você, sinceras e de mente aberta, quem sabe assim essa guerra finalmente acabe e ninguém precisa mais se machucar, você realmente tem uma mente brilhante, estou orgulhoso de ter dito alguém como você em minha tripulação, por mais breve que tenha sido. *Aquele ato simplesmente deixava o androide radiante, por mais que a relação entre Heylel e Llyani aparentemente não tenha gerado resultado, a dele com Sirius parecia que sim e isso era simplesmente otimo para o nucleo daquele robo que permanecia ao lado do garoto, afinal, iriam juntos ao resgate de Wilhelm*

-Isso mesmo que o Boss falou, então sempre que te dizerem coisas ruins ou te subestimarem, sempre se lembre que você é um cara dahora e muito inteligente! Agora vamos lá, temos uma bunda adolescente para salvar! Boss, Llyani, boa sorte para vocês dois! Não façam nada que eu não faria! *Trajando o manto -como sempre- Cody então seguiu com Sirius rumo o ponto onde Cody estava já pensando em um plano de ação para convencer os guardas a liberarem o garoto e tudo mais, tudo com base em sua malandragem, obvio, e claro, por o papinho em dia e deixar claro que apesar de sim, haver meios deles continuarem se falando, com ambos sendo de facções diferentes isso não seria possivel, aquela era mesmo, quem sabe, a ultima vez que se falariam de forma tão casual*

-Nyla está desaparecida? Mas como isso é possivel, essa garota não voltou para a Aliança? *Aquilo era deveras estranho, sem duvida, será que aquilo tinha alguma relação com Melroa? Não tinha como saber, de qualquer forma, agora estava ali caminhando com uma brutamonte que provavelmente estava louca para dar uma surra em alguém e esse alguém seria ele se não fosse devidamente ágil com aquela missão*

-Agora com o garoto da Aliança longe, eu posso falar sobre o resto da missão... Temos que resgatar duas garotas que estão esperando nesse ponto. *Ao lado da mulher, ele tombou um pouco para mostrar a pequena telinha com o endereço, aquela informação veio dos olhos de Wilhelm, do visor do próprio Heylel ao qual o garoto estava usando a bastante tempo já para se manter com o auxilio do protótipo da ENE*

-Depois de resgatarmos elas vem a parte chata da missão que é encontrar uma raposa esquisita chamada Renard Queenston, codinome Doutor Q, ele tem informações sob uma substancia azul usada pelos agentes do Starcaller no ataque a Gradapolis, então ele é a prioridade e por ser um membro importante, provavelmente deve estar rodeado por guardas... É ai que você entra.*Seguiu então rumo ao prédio para enfim poder resgatar as meninas e eu apenas postei isso e não já chegando porque não sei se tenho que trocar pro topico delas ou continuar aqui por ser ainda, em tese, reunião de familia*

Batia impacientemente o pé no chão enquanto o telefone chamava. A irritação de Amëlie já chegava a níveis assustadores. Era um absurdo, afinal! Tinha de trabalhar, assim como Søren, e se fosse assim, estaria com altos problemas e muitas dívidas dali para frente. Se toda vez que fosse trabalhar em algo, os filhos decidissem destruir metade da galáxia, como poderia arcar com as contas da casa? Suspirou profundamente, no final das contas, realmente não devia ter mimado tanto e passado a mão na cabeça das crianças tantas vezes.

Porém, mal o telefone foi atendido, e a voz da mulher ecoou com força através do aparelho, o tom de irritação e raiva claramente visível na voz.

— WILHELM SCHWARZDORN, — começou, sem mesmo ouvir a voz do oficial do outro lado da linha — EU VOU DAR MEIO SEGUNDO PARA VOCÊ ME EXPLICAR O QUE DIABOS ESTAVA NA SUA CABEÇA. — Gritou, apertando o telefone contra os dedos — EU NÃO ADMITO ESSE TIPO DE COMPORTAMENTO NA MINHA CASA. É ASSIM QUE VOCÊ E SUA IRMÃ RETRIBUEM TODO O ESFORÇO E TRABALHO QUE EU E SEU PAI TEMOS PRA CRIAR VOCÊS DE FORMA DECENTE? DESTRUINDO A GALÁXIA? SE ALIANDO A RECONQUISTA? VIRANDO TERRORISTAS? — Deu uma pausa para uma respiração bem funda, parando também de andar pelo corredor — Eu não vou pedir de novo, eu quero as coordenadas da sua irmã AGORA. E acho bom o senhor não se mover UM MILIMETRO de onde você está, porque se eu descobrir que você saiu daí, você vai apanhar tanto que você vai virar albino igual sua irmã.

Com a orientação de Sirus, já residente de Gradopolis desde que nasceu, alcançar o Hangar 8812 (aonde Wilhelm está atualmente detido) é tarefa fácil, e em poucos minutos eles estão se aproximando da torre onde este se encontra. Apesar disso, o garoto ainda não faz a menor ideia de como vai ajudar o sintético a livrar o rapaz que o rendeu em um arsenal, junto com o robô que o ajudou. Que dia cheio.

— Bom... estamos perto. Agora como diabos vamos fazer isso? Eu não sei mexer com a segurança daqui não, eles são altamente treinados.

Para contrariar a maré de azar que atinge a garota desde que se perdera de seus pais, uma notificação chega em seu dispositivo móvel, indicando que uma nova transferência monetária acabara de acontecer em sua conta pessoal (até mesmo menores de idade tem uma, já que não existe dinheiro físico). Ela já poderia aguardar a transferência, uma vez que estava acordada com seja lá quem fosse que a mandou desligar os geradores. Porém, ela provavelmente não esperava que o valor fosse tão alto.

Vinte mil créditos. É o suficiente para muitas viagens turísticas, doces, ou até mesmo uma nave só para ela. É claro que aquele valor não veio de um só homem mas provavelmente de uma grande corporação a quem interessa muito o ataque a Gradopolis. A ordem rebelde também raramente teria essa quantia para pagar a uma garotinha.

Ela e Stellae passaram a noite próximas ao local onde encontraram o Doutor Q, em uma área de construção da região nobre da metrópole. Provavelmente seria um local bastante patrulhado pelos oficiais da Aliança, e Heylel deveria buscar uma abordagem adequada.

O oficial diante de Wilhelm solta o technophone instantaneamente com a gritaria em seu ouvido, e chega até a retirar sua arma do coldre em reflexo. Por um instante, achou que era uma armadilha de atordoamento do engenheiro tamanha era a quantidade de decibéis que a mulher do outro lado produzira.

— S-Senhora... você poderia por favor se acalmar? — O guarda clama, não ousando chegar perto do telefone.

A IA em sua veste demora a manifestar-se, aparentemente com os sistemas também atordoados pelo grito supersônico.

— Um ser humano geralmente é capaz de suportar 120 decibéis sem perder completamente a audição. Essa cidadão têm uma voz familiar que eu poderia identificar se meu receptor de áudio tivesse suportado a sua exclamação!

*Seguindo com todo o trajeto facilmente graças a Sirius, Cody seguia observando a cidade maravilhado, mesmo sua expressão "fixa" por ser uma maquina tomava aspecto que expunha essa sensação, pois sim, ele nunca havia para admirar as coisas por estar sempre focado em seus deveres.... Do seu jeito*

-Sabe Si, quando essa guerra terminar, nós iremos fazer compras juntos! *Fez um joinha para o garoto e depois olhou para a torre em meio aquele dia de chuva, para ele a visão ficava ainda melhor, era como se aquele clima limpasse de tudo que havia acontecido de ruim*

-Caramba Wil, que problema você se meteu... *Os passos do androide pararam subitamente e o mesmo colocou seu indicador onde seria seu ouvido como estivesse querendo ouvir melhor uma certa situação, mais precisamente dada a conexão do visor de Heylel usado por Wilhelm, ele conseguia ver e ouvir o que o garoto ouvia, no caso, escutava devido o aparato ser o comunicador padrão do Rebelde, diferente de sua manopla que é algo para comunicação proveniente da Farda ao qual ele usa*

-Droga, parece que a situação complicou Si... Preciso pensar, espera um pouco. *Uma coisa era ter sentimentos manifestados com base em "falhas mecanicas" em seu sistema, outra era ter um pensamento senciente com base nessas mesmas emoções para chegar a uma conclusão logica, ou seja, era fácil sentir, mas difícil pensar, improvisar*

-Eu estava esperando chegar lá, fingir que eu era um robô assistente e levar o Wilhelm pra casa, só que agora que a mãe dele ligou e pediu para ele não sair, esse plano não tem mais sentido nenhum... O que eu faço? *Começou a dar petelecos no chifre que tinha no meio da testa fazendo ecoar um som peculiar do metal batendo no metal, Cody estava tentando pensar e estava complicado chegar a um plano descente*

-ENE, mensagem escrita pro Boss e pro Wil. *Duas mensagens distintas, no caso para Wilhelm seria algo tipo "Wil, sou eu, o Cody! Estou no andar debaixo de onde você está, eu vim buscar você e o Boss foi buscar seu amigo Kanojo-chan, desculpa estar vendo e ouvindo tudo o que você vê e ouve, é por causa da sincronização do visor, enfim, vou precisar que você colabore para sair dai, mas você quer e pode sair? Me responda acenando com a cabeça, eu estou vendo pelos seus olhos, ou quase isso." As palavras surgiam no visor bem frente os olhos de Wilhelm, era praticamente impossível ele não enxergar isso*

*Caminhando ao lado de Llyani, Heylel mais uma vez se surpreendia com aquela mulher, parecia que quando ela estava calma era outra pessoa, porém, ainda assim não deve subestimar a ira da mesma. Seguindo o trajeto, sinalizou com os dedos para ela ir buscar cobertura atrás de uma parede junto a ele que então seguiu para o mesmo lugar tomando MUITO cuidado ao olhar sobre a proteção que era uma parede basicamente*

-Esse lugar tem muito mais vigilância do que pensei, vai ser difícil passar por tudo isso sem o carisma do Cody. *Os olhos biônicos começaram a dar sinais da tecnologia por trás destes que iam calculando trajetórias caso ele fosse pulando em prédio em prédio até chegar no ponto correto que estava um tanto distante. Suspirou ao ver que aquilo seria trabalhoso e passou a tentar pensar em outras formas sempre atento aos arredores para não acabar sendo visto pelas costas por um inimigo*

-...? *Olhou para seu bracelete que sinalizou uma mensagem de Cody e ao le-la o albino estreitou os olhos, apesar do clima físico favorece-los, o situacional parecia piorar cada vez mais já que agora ambas as duplas empacaram em suas situações tendo que pensar em um plano melhor para executarem suas tarefas*

-Esse lugar é bem vigiado mesmo nesse clima chuvoso, como estamos com as capas em meio a chuva nós podemos passar ocultando boa parte da face, caminhando e indo até o prédio como se fossemos moradores dele, depois é só subir as escadas até o terraço e encontra-las, tudo bem assim? *Tinha que estar tudo pronto antes de irem, embora o rapaz já se preparasse para o combate, afinal, eles eram a dupla da luta e não a da diplomacia, então o foco de ambos não é bem a sutileza, mas podiam tentar*

— Humpf. Você deveria dar menos ordens se quiser minha ajuda, idiota. Eu diria pra gente resolver isso no soco e dar o fora daqui logo. — Ela resmunga enquanto olha ao seu redor e retira a água de parte de seu rosto. — Esse lugar não me trás uma sensação boa. E eu nem sei exatamente o porquê.

Do outro lado da rua, a dupla pode ver dois oficiais da Aliança parados em frente a um prédio com uma emulação de SIDA exibida como tela de HUD a frente de suas respectivas armaduras. Ela aparentemente analisa cada civil que passa por seu perímetro e acessa sua ficha, caso tenha alguma. Dificilmente este é o único ponto de patrulha.

— Você deve realmente precisar das pessoas que veio resgatar. Não tem um espaço desse planeta que não é vigiado.

*Ouvindo Llyani, Heylel seguia observando mais a situação percebendo que agora alem de patrulhar os soldados estavam checando identidades até daqueles que passavam pela rua, ou seja, eles não podiam simplesmente seguir caminhando livremente, aquilo era quase como um toque de recolher e levando em consideração mais ou menos o horário, não era pra menos*

-O problema de sair no soco é caso peçam reforços, vai ser difícil chegar ao ultimo alvo caso sejamos perseguidos. *Encostou na parede e passou a mão no rosto o secando um pouco, tinha que pensar no que fazer embora escalar o prédio no momento parecesse ser a opção mais viavel, o problema mesmo era fazer isso e depois chegar nos demais local, afinal, se estivesse sozinho seria mais simples, bastava usar sua prótese, só que acompanhado daquela mulher não era tão fácil assim*

-Talvez... E você tem razão, esse lugar está com vigilância para todos os lados. *Seguiu observando encontrando uma escada de emergência e naquele momento acabou tendo uma ideia, não era lá a das melhores, mas tinha que se virar da forma que podia*

-Bem, acho que podemos misturar minha ideia com a sua... É o seguinte, eu vou subir no prédio e verificar uma rota até nosso destino final e quem está no meio, iremos pelos becos, todos os alvos que encontrarmos iremos dar um jeito para evitar que chamem reforços e tenhamos dor de cabeça. *Fez um sinal com o polegar frente o pescoço para enfatizar o que ele queria dizer com "dar um jeito" e em seguida pensou que muito provavelmente aquela brutamonte não seria discreta por odiar receber ordens e agir dessa forma, então buscou tentar tocar na motivação dela, a unica que conhecia e ainda poderia estar errado*

-Cada alvo derrubado por você sem chamar atenção, eu te pago uma bebida, farei isso logo que chegarmos um Tuntau, fechado? *Esperou pela resposta dela torcendo para dar certo, não tinha nem 1% do carisma do Cody, então só podia conseguir as coisas na base da Intimidação ou de acordos como aquele e como certeiramente aquela barbara não o teme, o que restou foi tentar negociar com ela já que isso não exige carisma algum, basta oferecer o necessário, diplomacia serviria no maximo para pechinchar*

A frequência de gritos que sua mãe proferia era exatamente como esperado por Wilhelm. Apesar de parecer um barulho absurdamente alto, seus tímpanos já estavam devidamente acostumados com aquilo. Talvez sua genitora fosse um dos motivos para os ouvidos do garoto ciborgue não funcionarem muito bem.

Com os soldados e a inteligência artificial estando provavelmente distraídos com a gritaria, o tecnopata recebia uma mensagem através do lado interno do visor. Lendo aquilo, ficava devidamente dividido. Gostaria de sair dali para resgatar sua namorada e sua irmã, mas sabia que se o fizesse, sua bunda estaria condenada.

Como resposta à mensagem de Cody, chacoalhou a cabeça em dúvida. Aquilo parecia ser um meio-aceno e uma negação ao mesmo tempo, o que poderia deixar o androide confuso, mas apesar da estranheza, ainda se tratava de um aceno com a cabeça.

Pessoalmente, Llyani ignorou descaradamente metade das coisas que Heylel disse, atentando-se a conversa apenas quando chegou na parte que a toca. Teria a oportunidade de deitar alguns oficiais engomadinhos e ainda seria recompensada? Ótimo.

— Tá, tá bom. Só faz o seu serviço direito ou eu vou ser pega. — Ela resmunga enquanto estrala os dedos, pronta para mais uma situação de combate.

A chuva fica atrapalha um pouco da visibilidade, mas ajuda na furtividade. Ainda assim, se Llyani passar por uma situação de estresse, pode acabar perdendo a razão como fez na nave-mãe. A Aliança está desesperada atrás da mestiça, e entregá-la direto na maior sede desta seria um grande favor.