Eclipse - Alotor.

Ghouane é o único território 100% neutro de todo o universo habitável. A pequena cidade, construída em cima de um satélite destruído da Aliança, pode ser o lugar ideal para mercenários e comerciantes do mercado negro. Isso porque apesar de clandestino, o lugar não é sem-lei. Um poderoso diplomata chefia toda a instalação, comanda a segurança e decide quem entra e sai do lugar, tudo com o objetivo de mantê-lo funcionando. A identidade desse diplomata é segredo desde a fundação do local, e suspeita-se até mesmo que ele já mudou de identidade por diversas vezes

Nesse contexto, o local torna-se perfeito para que dois fugitivos se escondam. Ambos realizam trabalhos como mercenários e certificam-se de não matar ninguém, mas recentemente haviam pisado numa armadilha. Uma das naves que atacaram pertencia a um poderoso traficante, e haviam sido informados de que um assassino misterioso já havia sido enviado para cobrar o prejuízo.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤO sons de monitores apitando o tempo inteiro parecia que iria ensurdecer o Ki-hün enquanto ele ficava coçando a cabeça com um semblante visivelmente preocupado.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ- Droga, droga, droga! - Resmungava para si mesmo. A cor de seus tentáculos brilhavam em tons vermelhos e roxos - demonstrando a sua preocupação e medo - tudo isso enquanto ele buscava manejar a nave para pousar. - Lov----Lor! - Ficou ligeiramente mais rosa do que o comum, talvez pela timidez de quase dizer a palavra "love" para o rapaz que o acompanhava. - O que vamos fazer? o que vamos fazer? o que vamos fazer?... - Seus olhos cheios de lágrimas, lágrimas essa que escorriam num tom brilhante de laranja.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤEstava realmente com tanto medo que não conseguia sequer controlar direito a nave para finalmente pousar.

Lotor riu, apesar da situação tensa. Colocou as mãos sobre os ombros do companheiro para transmitir segurança e mantê-lo calmo, sempre reagindo da forma mais sossegada possível. Havia aprendido com seu pai que, para os outros confiarem em você, você precisava parecer seguro e demonstrar que tudo estava sobre seu controle, por mais que não estivesse.
- Primeiramente, se acalme. - Declarou com mansidão, repassando sua tranquilidade a Alira, logo estendendo seus braços sobre os ombros do homem, envolvendo-o em um abraço. - Você sabe o que fazer.
Sua voz concentrada e mansa soavam em um tom quase hipnótico.
- Cuide do painel central, vou recalibrar alguns outros controles para te dar assistência.

Apesar de todo o esforço colocado pelos mercenários na tarefa de estabilizar a nave, eles não tardaram a sentir que aquilo fora em vão. Alira e Lotor logo sentiriam o surgimento tontura crescente, por conta da agitação da máquina desequilibrada. O veículo, afinal, permanecia instável e seguia para a pista de pouso da cidade, se aproximando cada vez mais do chão. Por conta da velocidade com que voavam e também pela situação catastrófica, a aproximação da pista parecia ocorrer de forma muito mais rápida do que deveria.

Já próximos o bastante e com um tempo cada vez menor para tornar o fim daquele acontecimento mais favorável para eles e evitar prejuízos, as lanternas frontais agora iluminavam duas figuras. Se observadas com um mínimo de atenção, seria perceptível que se tratavam de dois Zathrianos por conta de suas peles de tom esverdeado. Estes, estavam trabalhando e carregavam painéis para auxiliar no pouso das aeronaves.

Quando notaram que a nave que agora se aproximava desgovernadamente deles, entretanto, não hesitaram em virar-se e sair correndo em direção à cidade. Além dos alienígenas, haviam alguns outros dirigíveis estacionados no local, e caso não conseguirem controlar seu próprio, os garotos talvez arrumem mais prejuízos do que apenas uma multa e alguns arranhões, podendo até mesmo atingir os funcionários que se moviam com velocidade muito inferior a deles.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ-Ó, Raios! Lotor já que morreremos - Disse ainda nervoso, antes mesmo de ser acalmado. - Há algo que eu quer---K-kya! - Ao ser "abraçado" começou a ficar vermelho e acabou empurrando o outro homem depois de dar um gritinho agudo e se encolher em frente ao maquinário.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ"E-ele me ama!!!" Deixou a emoção escapar e acabou sorrindo meio bobo, quase não vendo os funcionários abaixo- de fato não os viu.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤComeçou a apertar alguns botões aleatórios e a mexer nas alavancas de forma descoordenada. "Ele me ama! Ele me ama!..." Ficou por vários minutos cantarolando a frase na cabeça de tal forma que nem percebeu que só haviam pousado vivos e sem ferir ninguém porque o outro pegava o segundo leme da nave espacial. A felicidade era tanta que nem a dor e nem os tremores da máquina o "desconcentravam" de suas fantasias.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤAo ouvir um rangido metálico somado à um forte solavanco repentino olhou em volta e sorriu - ignorando seu sangue azulado que escorria - Mas ué?! Quando nós pousamos?! Lotor? - Indagou ele se virando para trás e notando a bagunça dentro da nave e também toda a pani e falta de luz dentro dela.

Lotor executou seu trabalho com maestria, conseguindo estabilizar todos os demais painéis sobre seu controle, mas Alira não havia conseguido lidar perfeitamente com o painel principal. Apesar de que de uma maneira desajeitada, conseguiram evitar colidir com outros dirigíveis e desviar a rota da nave no último momento para não atingir ninguém. Com exceção da nave em si e das feridas leves de ambos, conseguiram contornar a pior das situações. O impacto fez com Lotor se desequilibrasse, mas rapidamente conseguiu recuperar o equilíbrio e manter-se de pé.
Logo notou os ferimentos de Alira, indo até ele e usando a ponta do quimono para limpar o sangue que escorria pelo rosto do homem, encarando-o com um sorriso gentil.
- Está tudo bem, viu? Conseguimos. - Estendeu a mão para que ele se levantasse.

Mesmo com todo o pânico que os atinge, os mercenários obtêm sucesso em um pouso forçado, evitando assim que os homens que corriam para longe deles fossem atingidos, assim como qualquer outra das naves. Entretanto, o impacto causado pelo veículo ao atingir o chão gera um grande estrondo, que dificilmente pode ser ignorado por alguém, mesmo que esteja a uma distância considerável do local. 

Um cheiro forte de fumaça, proveniente do motor especialmente prejudicado pelo pouso, misturado com combustível rapidamente invade o interior do dirigível. Em seguida, o painel de controle da nave começa a piscar e um som semelhante a um apito soa entrecortado. Assim permanece por alguns minutos, até que ele finalmente se apaga, assim como o resto das luzes.

Ainda não parece haver pessoas se aproximando de onde eles estavam, mas a chegada de alguém é imprevisível e pode ocorrer a qualquer momento, principalmente pela falta de conhecimento sobre a segurança daquele local onde estavam. Entretanto, as luzes vibrantes e chamativas da cidade podem ser facilmente avistadas, não parecendo que estão tão distantes de lá.

Os ferimentos de Alira são bastante superficiais e logo são estancados, mas o cheiro que preenche mais e mais o local faz com que eles sintam-se um pouco mal conforme permanecem ali, principalmente Lotor, que precisa respirar aquele ar.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤO cheiro de ferro invadiu o seu nariz quando a raposa se aproximou, olhou no fundo dos olhos dele semi-cerrando as pálpebras e então pegou na mão dele usando apenas as pontas dos seus dedos enquanto dois de seus tentáculos o puxavam para perto de si.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ-Parece que isso aqui vai explodir a qualquer momento. Então... qual nave você quer? - Quebrou o vidro da parte da frente com outros de seus tentáculos e então saltou para fora, se grudando a lateral da nave e os levando até o chão lentamente por meio de suas ventosas. - Teremos que sair daqui rapidamente antes de sermos vistos. Mas ficará tudo bem porque estamos juntos, não? - Aproximou o rosto do dele e então o soltou no chão, caminhando de forma desengonçada ao lado dele.

Quando saiu de sua nave, Alira dá de cara com o peito rígido e musculoso de um imenso Okro. Ele traja o uniforme da segurança local não parece nem um pouco agradável, principalmente por conta da enorme escopeta que empunha, que por sua vez jamais conseguiria ser segurada em uma só mão se não fosse pelo tamanho daquele ser.

- Explica. - Ele diz em um tom seco, utilizando a mão livre para colocar um cartucho e carregar a sua arma. Pelos cantos do hangar, outros 2 representantes da segurança local se aproximam.

Assentiu com o que Alira havia dito, se sentindo levemente nauseado com o cheiro.
Não muito depois de deixar a nave, deram de cara com um Okro, fazendo com que Lotor pensasse "Ah, quanta sorte", apesar da expressão não se alterar.
Deu um sorriso calmo para transmitir amistosidade.
- Não temos intenção alguma de representar ameaça ao seu povo. - Falou calmamente, tentando transmitir a informação da melhor maneira possível, sem levantar hostilidade, ao mesmo tempo que transmitia seriedade e firmeza em sua fala. - Durante o percurso, perdemos o controle da nave e fomos arremessados para seu planeta.
Estava omitindo alguns detalhes que provavelmente representariam problema caso expostos, apenas dando a informação principal, ou melhor, a informação em sua forma bruta, nua e crua. Ergueu os braços, demonstrando estar desarmado.
- Não temos intenções de incomodá-los, por isso planejamos partir assim que possível. - Suspirou, olhando para a nave com uma expressão cansada, ou ao menos era o que queria transmitir. - Mas acho que nossa nave está danificada demais, por isso levará um pouco de tempo pela condição.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ"A criatura nefasta, horripilante. Um monstro humanóide que permeia os mais profundos pesadelos dos infantos parecia querer nos parar naquela hora" - Pensava consigo mesmo, enquanto puxava uma caneta e começava a rabiscar uma parte da pele de um de seus tentáculos. "por ventura eis, que o cavaleiro de amadura branca e rosto tão belo que fazia os deuses das profundezas chorar em agonia e paixão, com sua voz doce e delicada começava a esbravejar falas tão mansas que fez a criatura se render aos seus encantos. Deixando seu próximo vassalo, enciumado com toda a situação. Pobre Ki-hün ele era, perdidamente apaixonado pela estrel'alva da terra e sem a coragem de tomar-la para si. " Terminou ele de escrever e então suspirou lentamente dando um sorrisinho.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ- I-isso ai que ele falou, seu monstreng---Okro! Isso Okro. - Disse fazendo um sim com a cabeça e fazendo seus tentáculos repousarem próximo a cauda da raposa. Este que tinha uma coloração meio esverdeada com pequenas esferas laranjas - obviamente a cor do ciúmes

Lotor abriu um sorriso educado, seguido de uma risada formal.
- Entendo. Agradeço pela informação.
Logo acenou para Alira com a cabeça, sinalizando para que seguissem o Okro. Aproximou-se do polvo, sussurrando em seu ouvido.
- Tente não arrumar confusão.
Afastou-se, logo acompanhando os passos do Okro.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ"O demônio vivo estava acompanhado de seus duques e marques e nos levava as entranhas do-" seus pensamentos foram cortados quanto o Okro começou a falar. Deu de ombros, provavelmente se lembraria mais tarde deles e começou a andar.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤAo notar a aproximação do furry e notar suas palavras rapidamente levou a mão ao peito deixando escapar - O que?! - falou num tom mais alto e então abaixou. - Você acha que eu arrumarei confusão? Eu sabia! - Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto formava punhos a frente do corpo como uma jovem dama virgem que é recusada por algum motivo qualquer. - Você me odeia por causa da minha aparência não é? Tudo bem eu tentarei não entrar no seu caminho! - Bufou e virou o rosto andando um pouco mais rápido e próximo do monstro, reparando tudo o que havia ao seu redor. Estava claramente emburrado.

O Okro guiou-os por mais alguns metros, mas em nenhum momento fez alguma curva. Manteve-se o tempo todo andando para frente, o que de uma forma ou de outra sempre levaria a algum lugar uma vez que toda a estação era linear, quase como uma gigantesca galeria. O destino deles, porém, parece ser a a grande boate que se encontra agora a poucos metros.

Alira e Lotor poderiam notar uma grande escritura que piscava em cores psicodélicas logo acima da fachada da boate, aonde estava escrito "Buraco Negro" na língua nativa dos humanos. Mesmo no meio do caminho, já podiam ouvir a música alta que provinha do local, a qual se revela ainda mais alta quando o guia da dupla abre a porta.

Não é fácil de se perceber qualquer coisa lá dentro. Luzes piscam em cores diferentes e rostos com feições variadas aparecem a cada flash. A música guia os movimentos de uma dança conjunta em uma enorme pista na qual diversas raças se unem, e no fim do salão pode-se ver plataformas erguidas onde fêmeas dançam seminuas por um trocado, logo ao lado de um bar. A única coisa que não parece fazer parte dessa bagunça é a inusitada porta de um elevador.

- Vocês podem entrar, precisam falar com a Máscara se quiserem passar um tempo aqui ou consertar sua geringonça. Vão pelo elevador, mas cuidado. - O Okro precisa aumentar o tom de voz para tornar sua voz audível, ainda segurando a porta para que eles entrem. - Você sempre perde alguma coisa quando fala com ela, tentem perder o mínimo possível.

Quando finaliza, revela sua mão canhota, a qual anteriormente havia ficado livre enquanto ele empunhava a arma apenas com a destra. Nela só há dois dedos e cicatrizes onde anteriormente estavam os outros.

Lotor sorriu com o drama de Alira, alcançando-o e rodeando os braços na cintura do polvo, sussurrando próximo ao seu pescoço.
- Não seja assim. Você sabe que eu gosto de culinária japonesa. - Brincou. - Especialmente dos seus tentáculos.
Afastou-se antes que o Okro pudesse dirigir-lhes alguma reclamação.
Seguiu até a boate, observando os detalhes na sua volta. A boate em si tinha um nome bem único. Evitou encarar demais as mulheres para que Alira não começasse algum barraco lá dentro por ciúmes.
- Agradecemos sua cooperação. - Curvou levemente a cabeça como agradecimento e despedida, entrando no elevador junto a Alira.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤAo ser tocado empurrou o chão com seus tentáculos, ficando alguns metros maior e então o olhou de cima - quase como um gigante olha para um anão. - Você só me quer pra baixarias... - Disse se soltando e virando o rosto novamente, continuava fazendo birra. Apesar de fazer "drama" escondia um pouco a felicidade; mas não sem brilhar nas cores dela.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤPouco tempo depois já estava dentro de uma grande boate, onde as músicas sensuais e os ritmos gritantes pareciam convidar o seu corpo à um rebolar inconsciente e um estalar de dedos leve e sútil para que ninguém percebesse que ele até que estava gostando das músicas. Reparando em todos que ali até que o Okro os mostrou a porta do elevador.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ-Você não acha que isso vai me caber por inteiro não é? Oh meu deus! - Disse ele se encolhendo dentro dos seus tentáculos para que coubesse no elevador. Puxando a raposa para cima de si e abraçando, para que ambos não ficassem apertados e se espremendo ali dentro. - Humpf - Bufou ele. - Não é como se eu tivesse te abraçando porque eu te amo, é só pra economizar espaço. - Fechou os olhos e virou para o lado, esperando chegarem ao destino.

No momento em que as portas do elevador se fecham, o ambiente inteiro muda. As luzes piscantes agora dão lugar a LEDs brancos que dão uma iluminação razoável ao ambiente, que apesar de ser um elevador ainda parece um pouco ultrapassado em comparação com os usuais. Em um visor digital, a dupla pode observar uma seta para cima se repetir por alguns instantes, indicando que eles continuam subindo por algum tempo.

Após alguns instantes, o elevador para abruptamente e ouve-se um estrondo que anuncia o abrir das portas.  Novamente o ambiente a frente de Alira e Lotor é escuro e conta com alguns painéis de HUD e luminárias feitas de um minério brilhante para iluminar. A sala em si é bastante luxuosa e têm um cheiro muito característico de incenso, combinando com a música suave e tranquila que um dispositivo na parede toca. Por todo o local, poltronas e frigobares estão espalhados para melhorar o conforto do ambiente

Logo a frente deles estão dois seguranças, dessa vez humanos, que aguardam a saída dos visitantes para guiá-los pela espaçosa e luxuosa sala. Mais a frente, uma figura bem vestida se faz presente. Seu traje completo não denuncia sexo, tampouco raça. 

No colo de Alira enquanto o elevador subia com apenas ambos lá dentro, Lotor enrolou seus braços pelo pescoço do polvo, tocando brevemente seus lábios em um beijo e encerrando-o antes que a porta do elevador se abrisse.
Lotor foi o primeiro a deixar o elevador, sinalizando para que Alira o seguisse.
Diminuiu o passo assim que notou os seguranças, mas, como lhes foi dada a permissão de prosseguir, Lotor retornou ao seu ritmo usual: Nem lento, nem apressado. Apenas... calmo.
Abaixou a cabeça em saudação assim que avistou a figura, curvando levemente o corpo como cumprimento educado, aguardando permissão para prosseguir ou falar.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤO polvo ao ser beijado simplesmente perdeu toda a noção de realidade por alguns segundos até ficar totalmente corado e confuso. Era como se somente aquele beijo fosse o suficiente para o desmaiar. Não tinha mais forças para fazer nada além de cambalear para fora do elevador com um sorriso bobo no rosto.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤAo notar, porém, a figura diferenciada sua expressão rapidamente mudou e ele se curvou em sequência ao seu aliado. Colocando a mão no peito e sem proferir uma única palavra, era como se a simples presença de um iminente conflito fosse o suficiente para devolver a sua mente no lugar.

Observando o fundo da sala, notou que a mulher provavelmente já sabia do ocorrido, por isso optou por não contornar demais a situação e ir direto ao ponto. Além disso, o sotaque dela era bastante familiar, semelhante à maneira que o pai de Lotor costumava falar.
- Precisamos de uma nave.
Sem rodeios, apenas entregou o que lhe era necessário. Era melhor deixar o local o quanto antes.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤLevou a mão a testa ao notar que o outro não era muito sensato com as coisas. Uma nave sairia muito caro, então simplesmente levantou o dedo para tentar melhroar a sua situação e a dele de quebra.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ- Pode ser a nave mais barata que você tiver e se possível - Ainda sem levantar o rosto para a outra. - Eu gostaria de saber qual seria o preço. - Finalmente a encarava na máscara com um sorriso aberto e franco. Claro que a sua aparência monstruosa, por causa dos tentáculos, poderia causar algum tipo de repulsa nela. Pelo menos naquele momento.

Novamente, silêncio. A figura sempre observa a feição de ambos cautelosamente antes de dar uma resposta definitiva. Dessa vez, pode-se ouvir um leve riso por baixo daquela máscara.

- Eu não costumo medir o preço por créditos, afinal eu já tenho o suficiente desses. - Apesar da seriedade, o tom de voz denunciava que a entidade diverte-se com a situação, ainda que já tenha passado por similares diversas vezes. - Eu gosto de medir preço por necessidade. O quanto vocês precisam de uma nave? Contem-me sua trajetória e eu definirei o fim dela.