Eclipse - Alotor.

Lotor se esquivou do ataque furioso do Haytok com graciosidade, quase em câmera lenta, deixando com que a criatura passasse por ele. Virou-se, concentrando energia no próprio cotovelo e atingindo a região lombar do ogro para desequilibrá-lo.
- Não se preocupe comigo. - Disse a raposa com calmaria, tomando distância apenas para reagir caso lhe fosse desferido outro ataque.

O Haytok rosna diante da esquiva do iomarshiano, mas é interrompido pela dor que se espalha em sua perna, o que faz com que ele enfim note que uma bala o atingiu enquanto estava distraído. Mais uma vez, o ataque tinha vindo de suas costas, o que faz com que o pouco respeito que a criatura tinha por eles diminuísse ainda mais, mesmo no estado quase irracional em que se encontra. Ele gira seu corpo no próprio eixo, completamente cego pela fúria e ignorando a dor por completo.

— Vocês... criaturas... covardes... me... enfrentar... frente!

Tomando impulso a partir da perna saudável, o ogro pula o mais alto que consegue, aterrissando logo na frente do polvo, e seu peso faz com que aquele chão de metal ceda ainda mais. Com seus punhos, desfere mais um golpe no Huun, buscando o encurralar na parede e tentar impedir que ele voltasse a atirar. A presença de Ghavet e Drodag nem foi notada pelo monstro, visto que eles não chamaram atenção alguma para si.

O Garesiano parece confuso e até um pouco envergonhado com a reação do polvo ao seu toque, afastando sua mão rapidamente e balançando-a em frente ao corpo, buscando palavras para se desculpar. Aparentemente, não são apenas os humanos que são estranhos. O pequeno sente o peso da culpa cair em suas costas por achar ter se expressado mal e ofender o outro alienígena, que não entendeu sua fascinação científica por conta de sua anatomia. Afinal, ele nem sequer sentia aquele tipo de atração, nem mesmo por sua própria raça.

— D-desculpesenhorpolvoeujuroquenãoquisteofenderapenasnuncatinhavistoumexemplardesuamagníficaesp-- SHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! Espécie pessoalmente. — Ele suplica, disparando as palavras e até mesmo atropelando algumas delas.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤGraças ao pequeno grey que tirava a sua concentração na luta, acabou sendo pego pelo soco do Haytok. E foi lançado para o ar, por sorte havia colocado o tentáculo na frente o que absorveu um pouco do dano que ia ser lançado contra si. Apesar disso um hematoma havia se feito no membro.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ-Parece que atenção dele agora é minha, Lotor atira nele! Mas pelo amor de Deus não mata o bicho! Seria muito bom ter ele na nossa tripulação.... kihihii! - Disse o Ki-hunn ao se afastar alguns metros do oponente. Olhava o robô e o anão, eles pareciam não estarem dentro do alcance do Haytok, então não precisava se preocupar com eles.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤMirou agora nos tendões da outra perna e disparou, iria botar ele de joelhos e impedir que pudesse avançar novamente.

Alira estava quase ao ponto de ser morto e, ainda assim, queria o Haytok na tripulação? Lotor achava essa ideia simplesmente estúpida, especialmente quando o ogro estava correndo até o polvo com sangue nos olhos e, dada a situação atual de Alira, aquele ataque o deixaria à beira da morte.
- Primeiro sobreviva, depois discutimos isso, tudo bem? - Falou, enquanto utilizava Tartuu para puxar o monstro para mais próximo de si, impedindo-o de alcançar o companheiro, novamente desferindo outro golpe de energia concentrada no ogro.

Logo após seu ataque contra o polvo, o Haytok sente-se envolvido por um campo de energia e é puxado para trás em seguida, ficando de costas para a raposa e antes que pudesse fazer qualquer coisa, recebe mais um golpe. Ao invés de retornar para o lugar onde se encontra seu alvo anterior, vira-se novamente para o iomarshiano e avança alguns passos até ele com certa dificuldade para envolver seu corpo com seus enormes braços, agarrando-o com força, e erguê-lo logo em seguida, para enfim jogá-lo no chão agressivamente.

O ogro se mostra cada vez mais irracional, sua sede de sangue apenas aumenta e, ainda que ele já esteja muito debilitado, sempre escolheria arriscar sua vida a desistir de uma batalha. Ainda um pouco longe, já é possível notar que uma quantidade considerável de guardas se aproxima para ajudar a conter o prisioneiro enfurecido, mas não é possível dizer bem quanto tempo eles demorariam a chegar no local onde está o casal.

Frustrado por errar seu alvo, o Haytok urra em uma fúria incontrolável. Começa a pisotear o chão de maneira cada vez mais forte, fazendo com que esse dê sinais de que a qualquer momento pode ceder e comprometer toda a estação, afinal esta foi construída sobre um satélite que não foi feito para receber aquele tipo de impacto.

Paralelamente, mercenários contratados e até mesmo civis corajosos se aproximam para tentar conter a ira daquele gigante. Um por um, oficiais se aproximam e são nocauteados instantaneamente por golpes poderosos do monstro. Alguns pulam em cima deste em uma tentativa desesperada de pará-lo, mas são arremessados para longe prontamente. Um deles inclusive é arremessado inconscientemente na direção de Ghavet e Drodag.

― Vocês, alienígenas... não conhecem nossa raça. Nossa fúria! Nem dezenas de vocês são capazes de compreender e muito men-- 

Os gritos terminam quando um jab direto atinge o maxilar do monstro, terminando o serviço de Alira e Lotor e nocauteando o monstro imediatamente. O golpe veio impressionantemente de um humano extremamente forte e musculoso, que após o golpe aproveita para arrotar alto. 

― Na minha época os mercenários eram melhores. Mas créditos pra vocês dois, por mais que me pareçam peças de zoológico. ― Diz o grande homem enquanto toma um gole de cerveja e alterna o olhar entre Lotor e Alira. ― Animais ou não, vocês definitivamente têm bolas.

Radesh:

Exceto que Alira estava quase morrendo e o Haytok parecia ainda mais irritado por Lotor estar desviando de todos seus golpes como se não fosse nada, a situação parecia se desenrolar positivamente com a chegado dos soldados. Ou não.
Mas com a chegada do humano, a situação parecia estar contida.
Riu, sem intenções de conflitar com o homem musculoso, ainda parecendo estar calmo.
- Agradeço a ajuda.
E logo tornou seu olhar a Alira, que parecia, no mínimo, fodido. Aproximou-se do companheiro, oferecendo o braço para que o polvo se levantasse.
- Essa foi por pouco. Consegue se levantar?

— BOA, RADESH, CARAIO, TU É INCRIVEL, MERMÃO! — gritava Ghavet, animado, após ter sua armadura um pouco amassada por dois corpos que não fizeram um real efeito no seu movimento. Ele tentava pular, mas não tinha forças o bastante para isso, então se levantava apenas 2cm do chão.

— Agora, sem demora. Vocês dois — dizia, apontando para o polvo e a raposa — Tô contratando vocês. Apesar de não entender porque eles querem vocês — continuava, sem dar os nomes da Aliança para não atrair rebeldes maltrapilhos.

Ele se mexia continuamente na direção deles, ignorando os corpos no chão. Ou passava por cima deles ou apenas andava bruscamente, abrindo caminho.

— Se quiserem mais informações vamos ter que sair daqui.

O garesiano, que por todo o tempo permaneceu agarrado a Ghavet, solta um longo suspiro de alívio quando as coisas são enfim solucionadas pelo mesmo homem que haviam encontrado há pouco, Radesh. Apesar da enorme montanha de músculos que é o humano, ele então se mostrou um pouco menos ameaçador, mas o pequeno certamente se lembraria de não entrar em seu caminho, então apenas manteve-se em silêncio, deixando tudo com o mais velho.

Enquanto se dirigem até Lotor e Alira, o alien parece surpreso por serem aqueles os contratados. Mas ainda assim, seria ótimo saber mais sobre aquela espécie recém descoberta por ele. Então, se aproxima do robô antes de começar a falar.

— Ei, Ghavet... Então nós vamos mesmo ter um polvo intergalático?! E eu vou poder analisá-lo melhor? — Finaliza, proferindo a última parte quase como um sussurro para evitar que o Huun se sentisse ofendido novamente.

Radesh, ainda que depois de acertar o Haytok com força impressionante, permanece em perfeito estado. Volta-se para Ghavet por um momento, soltando um riso despreocupado enquanto já se prepara para retornar ao bar próximo dali onde estava antes do início de toda aquela confusão.

— Heh, isso não foi nada. Vocês deveriam me ver em 68, quando eu estava no meu auge! Derrubei seis ao mesmo tempo, um de cada raça. E tudo isso enquanto comia a sua mãe! — Ele ri de maneira debochada, virando a cabeça brevemente para cuspir no chão perto de si. — Ou sua criadora, sei lá que porra.

Os mercenários se recompõem e enfim finalizam o serviço, carregando o Haytok inconsciente para longe e esperando que aquele monstro não voltasse a causar problemas. Alira tenta se levantar, mas o faz com dificuldade. Não consegue responder a pergunta de Lotor por ter sido atingido pelo ogro bem na boca do estômago, o que impede sua respiração e, logo, sua fala.

Antes que a raposa pudesse se desesperar, entretanto, dois Zathrianos aproximam-se de onde o casal se encontra. Apenas um deles se manifesta, enquanto o outro apenas permanece parado ao seu lado, aguardando.

— Não se preocupe, como vocês vêm prestando serviços para a Máscara, os cuidados médicos de seu... companheiro serão por nossa conta. — Começa, estranhamente tentando manter certa cordialidade, o que por ali parece raro. — Pode ficar tranquilo, ele logo ficará bem. O manteremos informado. — O alienígena então se aproximou para tomar o corpo de Alira com um de seus braços, sendo acompanhado pelo outro homem.

Sem tardar, os dois se distanciam dali, carregando o enorme corpo do Huun, cujos braços estavam apoiados em suas costas, com certa dificuldade. Conforme Ghavet se aproxima do iomarshiano para apresentar sua proposta, um Okro sai pela porta de um estabelecimento próximo a eles e para ao lado do robô. 

— A Máscara tem uma mensagem para vocês. — Ele diz, sem nenhuma emoção aparente.

O mercenário apenas ergue seu braço direito, onde há uma manopla de onde sai um holograma. Na projeção, é possível ver uma figura mascarada cujo sexo não é identificável. Após alguns instantes, ela começa a falar.

— Impressionante. Uma confusão desse tamanho e você não fez absolutamente nada. — A voz é feminina e carrega um sotaque Iormashiano, mas é aparentemente sintética. — Agora pelo jeito quer levar dois de meus funcionárrios, então obviamente vai ter que me rrecompensar por isso. O quanto eles são imporrtantes para você?

A Máscara:

– Por que eu faria algo? O estabelecimento é seu – dizia ele, tranquilo – Vim no seu estabelecimento em busca de mercenários que foram requisitados especialmente pelo meu chefe e me encontro nesta bagunça e agora quer me acusar por não ter ajudado os seus mercenários mal treinado? Se não fosse pelo incrível Radesh, isso teria durado bem mais tempo e o prejudicado poderia ser eu. Invés de me acusar deveria ter empatia. Mas, parando de falar tão sério: por que tu quer esses mercenários se eles quem criaram essa bagunça? Haha – seu tom, no fim, era brincalhão.

Ele girava seu globo conforme citava as pessoas e apenas esperou a resposta.

A figura pareceu pensativa. A Máscara gosta de bons negociadores e especialmente de surpresas, uma vez que imaginava até então que o pequeno Garesiano era o mestre e que aquele era apenas um robô. Embora divertindo-se com situação, porém, ela mantém o tom sério.

– Você tem razão em alguns aspectos, gosto da sua maneirra de analisar a situação. – Ela começa, ajeitando-se um pouco na cadeira. – Mas eles ainda assim são meus funcionárrios, bons ou não, e você pelo jeito prrecisa exatamente desses dois. Todos sabem que não se consegue nada de mim sem um prreço.


Sucedem-se alguns segundos de silêncio enquanto aquela figura pensa. Seus olhos brilhantes parecem observar profundamente o corpo robótico, ainda que a visão deles se limite a um semblante. Enquanto isso, civis retomam suas rotinas e alguns param para observar a cena. Não é tão usual ver alguém falar diretamente com aquela entidade.

– Querro algo que seja valioso para você. Pode serr a sua identidade, uma vez que não fala como um robô e se mantém o tempo todo com esse traje, embora não lute. Ou se prreferir, pode ser esse pequenino em cima de você. Eu vi como ele pousou a nave mesmo sem combustível o suficiente. – Em sua voz, um tom interesseiro se faz presente. – Não se prreocupe. Caso escolha o primeiro, farei questão de averiguar muito bem a informação. Caso escolha o segundo, usarrei-o como piloto e te prrovidenciarei um transporte parra seu prróximo destino.

— Então, o preço é justamente livrar suas costas dessas coisas inúteis; Haha! Tenho certeza que você não pagou nada neles, a qualidade é extremamente baixa; haha! Então, se não me engano eles são devedores. É arriscado dizer, ainda, que eles tem algo deixado aqui no planeta? — estava acostumado a não dizer o nome do planeta, já que se não fosse por seus sistemas tecnológicos, não veria diferença em muito deles.

Então, ao ouvir as palavras de que o negociador queria saber quem Ghavet é, ele ergueu seus braços, que se esticaram até o que seria o mamilo de um humano – o que seria uma dica para as mentes mais afiadas.

— Que feio, Máscara, se interessando no corpo de um mero robô — mantinha as mãos, ficando cabisbaixo, fingindo vergonha

— Eles certamente não me trazem prejuízo. Sempre preciso de alguém para limpar os becos daqui. — Ela trata os mercenários como dispensáveis, mas isso não é surpresa. Não há um sequer item ou ser dentro de Ghouane que não seja negociável. — Mas sinto muito, "robô". Você tem duas opções: ou me entrega sua identidade publicamente ou me entrega o pequeno piloto.

Ela parece divertir-se com a situação. Para si, aquele era apenas um ciborgue interessado em proteger sua identidade, o que não é muito diferente da realidade. A julgar pelo fato de estar carregando o Garesiano por aí, sabe também que o pequeno (que está agora com uma face assustada) é importante para Ghavet. Ela nunca está interessada no valor monetário e sim sentimental.

— Há ainda uma terceira opção. — Ela começa enquanto digita alguns comandos em um dispositivo que não é visível para o ciborgue. Quando ela termina, os seguranças no portão da cidade se afastam e a Umbra é liberada da ancoragem tecnológica do porto. — Você pode partir agora com algo que é meu e se tornar um devedor.  

— Bom ponto — concordava com a primeira fase dita, sobre os becos.

— Me tornar um devedor desses mercenários baratos? Ou falar a identidade que meu chefe pediu pra não falar — a mão saía dos seus "seios" e ia até o globo. Endireitando o corpo. Criando uma faceta indagada.

— Por que está tão interessado em mim? Já falei que sou um robô, o gray é apenas um piloto amigo do meu criador, oras: Haha! — ele continuava falando — Eu falaria minha identidade, mas, meu chefe não permite. Acho que ele é ciumento: haha.

Ele então largava seus braços.

— Por que eu estou negociando? Se não quiser dar eles pra mim, tudo bem. Eu volto e se o chefe não gostar, problema é dele; haha! — ele virava o globo pros mercenários — Ou vocês deixam as coisas mais interessantes e tentam fugir comigo.

Ele começava a dar passos lerdos até a porta.

— Vocês tem essas opções — dizia para todos.

A Máscara não esboça qualquer reação diante daquela atitude do ciborgue, seu interesse era apenas em observar o desenrolar daquela cena toda. Apesar de não deixar transparecer, todo aquele caos era deveras agradável para quem quer que estivesse embaixo daquele traje.

Ghavet passou a decisão para Alira e Lotor. O primeiro está com a respiração fraca e não consegue se comunicar direito, mas já expressara antes o seu desejo de partir dali com Lotor. Apesar disso, incapaz de tomar tal decisão, apenas olha para o Iormashiano em dúvida. A decisão será por conta dele: continuar trabalhando para a Máscara até que sua nave esteja pronta (quem sabe um dia) ou fugir com o seu contratante misterioso e tornar da entidade uma potencial inimiga?

Apenas encarava o diálogo de ambos - ou seria mais para uma troca de farpas formal? - com divertimento, apesar da maneira como ambos faziam questão de rebaixar os mercenários. Lotor não queria demonstrar ter experiência de combate, apesar do fato dele ele estar sem um arranhão ser no mínimo... curioso. Mas ele poderia simplesmente dizer que o Haytok não estava o visando por ele aparentar ser mais inofensivo que Alira.
Apenas se deu conta de que não seria apenas um observador da situação quando deixaram uma decisão importante sobre suas mãos.
Fingiu uma expressão pensativa, como de alguém que estava em um dilema, apesar de que claramente já tinha a resposta a muito tempo.
- Me pergunto que tipo de louco faria da Máscara sua inimiga. - Falou em tom calmo, cruzando os braços. - Definitivamente alguém sem noção como Alira. E sabe, eu estou com ele, então acho que não tenho outra escolha se não simpatizar com os sentimentos do meu companheiro.
Olhou para a Máscara.
- Não é nada pessoal, mas eu não confio nem um pouco em você, ao ponto de um completo desconhecido transmitir mais sinceridade que a senhorita. Ou senhora, sei lá. Você é solteira? Deve ser.

— Bom, então vou ir na frente, porque eu sou gordo pra caralho... Tchaau~— ele dava sua corridinha típica de alguém que teria asma e 300kg.

— A GENTE SE ENCONTRA NUMA NAVE MUITO LINDA, CÊS VÃO SABER QUEM È — continuava ele em direção à nave militar enquanto o Gray saltitava em cima de si por causa do movimento.

Enquanto o grupo parte, a imagem holográfica da Máscara apenas o observa de longe. Quando indagada pelos mercenários que trabalham para ela se a fuga deve ser interrompida, ela apenas se mantém em silêncio. Dois mercenários chegam em seu planeta, quebram a nave e trabalham um mês fazendo todo tipo de trabalho enquanto suas naves são restauradas. Por fim, eles partem com um ciborgue misterioso e deixam para trás a tal nave que já estava pronta há muito tempo. No final das contas, ela recebeu um mês de trabalho gratuito, uma espaçonave e um auxílio com um prisioneiro difícil de se lidar, tudo isso sem perder nada. Ainda assim, deixaria que o Iormashiano partisse com sua sensação de superioridade.

Você sempre perde alguma coisa quando fala com ela, tentem perder o mínimo possível.

Foi isso que o Okro disse quando introduziu-os a entidade, e ficou contente ao saber que eles ao menos saíram dali inteiros após uma negociação com a Máscara. Por mais que ela tenha sido superior, é bom observá-los partir naquela nave. Traz a ele a esperança de que um dia também consiga partir.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤAo ver o ogro caindo no chão com um soco do velho, ainda que estivesse completamente cansado- praticamente um morto-vivo - o polvo intergalático jogou dois de seus tentáculos em direção ao Haytok e o envolveu em suas ventosas. Com ele já desmaiado não teria problemas em levar-lo junto; esse era seu pensamento. Fora que se o Humano gigantesco quisesse mesmo o realocar, teria que carregar todo o peso daquela criatura - algo em torno de uma ou duas toneladas arrastado.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤIgnorando a conversa do robô gordo e do Grey estuprador, juntamente da figura misteriosa que não se importava - Apesar de querer, ainda, a levar consigo. - ele simplesmente se deixava ficar de âncora ao Orc espacial e à raposa que o apoiava em seus braços. Não queria falar, para não perder a concentração dos seus tentáculos e por algum motivo deixar o ogro ir embora.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤSem conseguir expressar sua voz apenas encarou Lotor cerrando os olhos e apontando com um dos dedos para o próprio satélite, mostrando que talvez ele poderia estar esquecendo algo... NÃO ELE COM CERTEZA ESTAVA ESQUECENDO ALGO. "A nossa nave, a nossa nave!!!" pensava com força para que a raposa se lembrasse da nave deles. Era seu último trabalho para reaver o famigerado veículo e ele abandonava assim? Na mente do polvo isso não fazia o mínimo sentido. Mas acabou suspirando e se arrastando com os demais tentáculos até a nave.