Buraco negro - Vumihe Boik

ㅡ Talvez? Apaga a porra dessa luz, Power ranger drag queen! E quem casaria com esse idiota metido a sultão?! Se quiser montar um harem faça isso sem mim! ㅡ Acabei respondendo a provocação de Cody automaticamente. Afinal nunca fomos amigáveis, então era dificil dizer se eu estava sendo rude ou só agindo normalmente.

Com um suspiro, olhei a manopla, analisando o sistema mais uma vez enquanto andava com passos largos. ㅡ Eles tem um hacker. Claro. Todos tem o maldito de um hacker a tiracolo.

*Parado ali a espera de algo, Heylel ouvia a resposta de Melroa e apenas movia sua cabeça negativamente, afinal, não sabia se ela tava falando de seu capacete ou de seu braço, ou de tudo, e fosse qualquer um dos dois, ele não tinha como faze-lo na protese, afinal, aquilo não tinha nada a ver com ligar e desligar*

-Ahn... Teoricamente ele é um sultão já que é herdeiro de uma das famílias mais ricas Kroyvisianas, ele é filho do membro do Conselho lá o... *Ao notar uma luz estranha surgindo atrás de seu mestre, o androide se moveu por impulso saltando até ele sem pensar nenhuma unica vez, algo no minimo impressionante para um robo*

-BOSS! *Alcatraz pegou seu Familiar em seus braços o abraçando, este que recebeu um duro e profundo corte nas costas o danificando bastante e notando que mais um daqueles poderia destrui-lo por completo, o Kroyvisiano girou seu corpo recebendo o segundo ataque em seu braço o fazendo gemer de dor*

-Argh! *Moveu o corpo reagindo aquela dor e depois deitou o sintético no chão, ele que mesmo ali agonizando com o dano que recebeu apenas levou mais uma injeção aplicando na panturrilha alheia causando ainda mais dor ao albino que para respirar melhor expos seu rosto*

-Parece que você alguém decidiu finalmente dar as caras de verdade, não é mesmo? *Olhou para seu ferimento, não havia sangue ali e sim um corte profundo que cauterizou o ferimento da carne agora queimada. O capitão suspirou pesadamente e se levantou devagar olhando para Hoeu com a tipica furia que faziam o vermelho de seus olhos brilharem*

-Vai pagar pelo o que fez ao meu melhor amigo. *Concentrando em seu alvo que se expos após o ataque, ele seguia focando-se desperdiçando novamente mais de seu poder, afinal, precisava executar um golpe perfeito para tentar acabar com aquilo o quão breve fosse possível. Cody aproveitava que estava ali caido e chamava por ajuda revelando onde o SHADOW estava para poderem lidar com ele, chamando então por Drika e um grupo de 15 soldados deixando os demais a disposição de Melroa caso ela precisasse*

Spoiler:

Amy recebeu a mensagem de seu superior, a lendo ao mesmo tempo que Ale'ek. Aquele homem era, definitivamente, louco. E aparentemente o outro também, pois quando ergueu a cabeça para questionar Ale'ek sobre suas habilidades terríveis em manter conexões com coisas que não fossem suas redes sociais, ele já havia sumido. — Maldito macho... — Ela resmungou, se encostando na parede e sentando no chão para caçar o seu technophone em sua roupa.

Os dedos teclavam rapidamente enquanto a garota mantinha seu olhar concentrado, deslizando vez ou outra pelo equipamento que até então só havia servido para banalidades. A testa se franziu por alguns segundos e conseguiu, finalmente, encontrar algo. Tinha agora tomado o controle de algumas portas cujo apenas sabia a localidade, mas não o que havia dentro, e sabia exatamente quem verificaria.

Amy escreveu:

Então, agradeço muito por ter me abandonado, mas eu felizmente consegui fazer. Encontrei umas portas e posso abrir elas pra você checar o que tem dentro, e acho que você tá passando por elas agora.

E enviou a mensagem para Ale'ek, esperando sua resposta.

Eu já estava na entrada do armazém, revirando os olhos para o robô quando segui o olhar para Heylel. Meu corpo pareceu virar gelo puro enquanto observava as lâminas descerem em dois golpes. Só consegui acordar quando vi Heylel partir pra cima de Hoeu, e com os soldados entrando.

Corri ate o robô, puxando-o para longe, mas arrastando-o no chão. Eu não falava nada. Apenas mordia meus lábios enquanto encarava os dois homens se enfrentando. Liguei as luzes do ambiente com um toque na manopla. E depois segurei o rifle com força, mas não fui capaz de mirar ou me mexer além daquilo. Eu apenas encarava Hoeu com um misto de sentimentos que já não conseguir diferenciar.

Fúria.
Mágoa.
Saudades.
Revolta.
Rancor.
Dúvida.

Por alguns segundos eu esqueci o que estava fazendo ali. A notificação de ENE sobre as portas me fez acordar. Imeditamente bloqueei sua tentativa.

Trantantada! Todos escalados para tarefas formidáveis em toda sorte de canto do universo e eu aqui na frente deste execrável computador. Se quisesse trabalhar no ramo de porteiros, teria me candidatado para tal. Não conquistei toda essa deferência para abrir e fechar portas.

E lá está, novamente alguém tentando estorvar meu simples e tedioso trabalho. Apenas apertar mais um botão enquanto outro agente fica com toda a magnificência.

O confronto direto enfim dá sinais de que se iniciará. Por mais que pareça interessante, porém, não é exatamente o estilo de Hoeu.

Usando a mão canhota revestida pela luva tecnológica, Hoeu pressiona sua palma em dois pontos distintos com o polegar. Pressionando então o indicador contra o lábio, como se pedisse por silêncio, sua imagem desfaz-se lentamente em frente a Heylel, mostrando no processo as mesmas oscilações características da deformação de seu holograma.

Amy, que tentava abrir as portas laterais, pode ouvir passos apressados rumando o fim do grande corredor que dá no armazém, o que denuncia a existência dos soldados pouco furtivos e sua movimentação.

O embate cada vez mais se torna direto, mas o sicário ainda não se expõe. Uma vez mais oculto, ele planeja o próximo movimento ao mesmo tempo que seu alvo têm ciência de seu estilo de combate.

Meus olhos não desviaram da luta na minha frente. Meu corpo se movia como um robô menos articulado do que o que eu carregava. Arrastei Cody até uma estante, colocando-o sentado e encostado nela. Dei alguns passos na direção da luta, mas não prossegui. Então eu não sei o que aconteceu depois exatamente. Uma dor lacerante na base da lombar fez meu corpo arquear para trás.

Uma dor familiar demais. ㅡ AAAAAHHHH! [scottmeajuda8D]

Um grito rasgou minha garganta enquanto meu corpo tomava para frente. Só ouvi o som da armadura falhando e voltando a funcionar. Impedindo o golpe que me empurrou direto no chão pelo impacto do escudo. Ao tentar me mexer senti a roupa subindo com facilidade, provavelmente rasgada e expondo a cicatriz. O homem deve ter sentido que em meio ao corte, um metal impedindo de se aprofundar mais.

A pele deformada formava uma estrela em sua lombar, tendo ramificações mais brandas em suas costas. Ela essa estrela que em cortou e agora estava exposta para todos verem. Meu maior trauma exposto. Me arrastei no chão com certa dificuldade enquanto tentava piscar para afastar as lagrimas dos olhos.

Quantas vezes aquela cena ia se repetir? ㅡ
Chega... Porque eu tenho que passar por isso de novo? Irmão Hoeu... porque eu tive passar por tudo aquilo? Porque... me traiu?

Senti o sangue quente cobrir minha cintura enquanto usava a mão mecânica pra apoiar no chão e a outra até a arma. Rolei no chão, travando o urro de dor na garganta e mirando a arma no homem que me acertou e atirando.

*Ao perder o foco de novo desperdiçando parte de sua tão preciosa energia, a raiva de Heylel se ascende e seu poder transborda expondo suas tatuagens misticas que seguem dos punhos indo até proximo dos ombros, proximo, nao chegava a cobri-los. Ele então começou a procurar seu alvo que havia se ocultado novamente, só que porém, ainda estava ali e isso era obvio, mas onde?*

"-Ele não é veloz como imaginei, a técnica que usa é feita por aquela manopla." *Ficou se movendo procurando com os olhos vez ou outra rodando para observar todos os cantos e nenhum sinal do desgraçado. Aquilo só o irritava mais, malditos assassinos e sua furtividade*

-Você não pode se esconder para sempre! *Enquanto isso, Cody seguia sendo arrastado por Melroa e pelo dano altíssimo que levou ao qual quase o partiu ao meio, suas luzes nos olhos ficavam desligando e acendendo, era quase como se ele fosse apagar de vez a qualquer momento e pelo ferimento em sua lataria e circuitos internos, sua voz saia ainda mais robotizada que o normal devido o defeito que estava sofrendo*

-O Boss precisa de mim, ele não vai conseguir, não dessa vez...*Tendo os movimentos ligeiramente travados, como se fosse um pedaço de sucata o androide seguia caminhando até seu mestre cessando seu caminho ao lado de Melroa quando notou a energia do albino ficar ainda mais intensa como se tivesse explodido obtendo maior extensão*

-ALE'EK!!!!!! *Sabendo que seu dono iria perder a cabeça, o Familiar correu até ele tirando o pino da granada que tinha e cobria seus olhos com a mão livre deixando o clarão escapar ofuscando a visão de todos que estavam dentro daquela sala, até mesmo a própria com exceção do albino que teve seus olhos cobertos por ele*

-AGORA PESSOAL! *Comandou a tropa com cerca de 15 soldados + Drika se ela estivesse ali com eles dos quais aproveitaram da luz recém feita para invadirem o local, mirarem no único alvo exposto que era Ale'ek que deixou de ser furtivo no momento de seu ataque e então todos simplesmente o fuzilavam com seus rifles*

-Não desperdiça o poder do NA com aquele cara, foca no Sombra! Essa é a nossa unica chance! *Heylel bateu na mão de Cody para ter sua visão de volta e sabendo que ele tinha razão simplesmente rosnou para conter a raiva e seguiu correndo até Melroa a pegando como uma boneca de panos no colo. Seu poder estava tão forte que sua força bruta aumentou incrivelmente a ponto de mal sentir o peso dela ou seus protestos em seus braços e seguiu para sair dali do Armazém voltando para a estufa junto de Miyano e Cody*

-Vocês dois tirem ela daqui, agora!*O Kroyvisiano entregou a morena para o sintético que enfraquecido e sendo muito mais fraco que o outro, apenas enlaçou o braço da garota em torno de seu pescoço, iria dividir o peso com ela e seguir andando*

-Mas e você Boss? *Estando li no meio do corredor, o albino olhava para trás, seu corpo estava esbanjando energia mistica azul que vez ou outra dava umas osciladas ficando vermelha devido seus sentimentos negativos naquele momento, mais precisamente uma raiva intensa que só aumentava*

-Se eu sou o alvo daquele filha da puta lutar no corredor é a melhor opção, anda, some daqui! *Sem ter o que fazer ou questionar, o auxiliar seguia carregando a outra como podia já que tinha que sustenta-la estando também ferido seguindo de volta para a estufa mesmo que em passos lentos*

-VAMOS HOEU, APAREÇA! EU AINDA NÃO ACABEI COM VOCÊ! *Estando num corredor, só restavam duas direções que o inimigo poderia surgir e por isso tentava prestar atenção nas duas olhando de um lado para outro esperando o golpe que não seria mais tão surpresa já que as luzes dali se acendiam com o comando do dispositivo movel obtido pelo androide. Após seu dito seu elmo voltou a se fechar cobrindo seu rosto e acendendo as luzes azuis dos olhos*

Spoiler:

Um suspiro de preocupação saiu dos lábios de Amy ao ver a mensagem que havia recebido de Ale'ek, desligando a tela do technophone e encarando a pistola em suas mãos, pensativa. Sabia que deveria confiar na capacidade dos dois lá dentro, mas era simplesmente muito estranho e preocupante para si que eles fossem para cima de tantos soldados sozinhos.

E, falando em soldados, Amy se levantou rapidamente ao começar a ouvir o barulho de passos. Eram muitos para ser os seus dois companheiros, então lentamente ela se esgueirou pela parede com a pistola novamente em mãos. — Na cabeça... — Amy delirou por alguns segundos, colocando apenas uma parte do rosto visível enquanto mirava na cabeça do soldado mais próximo, não hesitando em disparar assim que fixou a sua mira, se escondendo logo em seguida.
Ao menos faria algo por fora, certo?

O ataque surpresa da tropa preparada por Melroa funciona parcialmente e atinge Ale'ek de frente em resposta à sua investida. Alguns disparos conectam com o alvo, mas sua velocidade de reação para impedir a execução planejada também é eficiente.

Ao mesmo tempo, Amy atinge dois desses atiradores de tocaia que fizeram parte da barragem formada. O baque da formação ser afetada é suficiente para demonstrar que aqueles não são soldados e sim meros civis armados. Soldados, afinal, não deformariam completamente a formação para virar-se contra uma atiradora só.

Assustados, iniciam um desesperado tiroteio em direção ao local de onde os dois disparos precisos vieram. Paralelamente, um segundo grupo de soldados se aproxima por trás de Ale'ek e mira em sua direção.

Drika escreveu:

— Permissão para meter bala? Finalmente, tava ficando cansado daquele cheiro de CC insuportável. 

〄 escreveu:

Escute, menino: você é frágil e sua saúde é uma merda. Lembre-se de não se expor e ataque somente quando todas as cartas estiverem na mesa.

Inspire.

Finalmente. São 5, 10, 15 de cada lado. E uma tagarela.

Expire.

Se eu derrubar esse grupo, eles ficam encurralados. O novato foi precipitado, mas preciso tirar ele daqui com vida. Continuo atado, mas ainda posso fazer o que faço de melhor.

Três disparos silenciosos atingem membros diferentes do grupo de apoio que acabara de chegar. Os três caem direto com o tiro na cabeça, sem chance de sobreviver.

O grupo de Drika vira-se em direção à origem dos disparos, mas nenhum deles consegue encontrar o sicário.

*E aquele maldito não aparecia por nada nessa vida e isso deixava-o cada vez mais irritado tendo o único ponto positivo que poderia acumular mais energia, assim seu golpe deveria ser mais decisivo. Parou para respirar fundo e fazer sua energia diminuir externamente se mantendo elevada internamente, um exercício que meio que aprendeu com a Sacerdotisa concentrando-se para aprisionar a própria raiva a transformando em foco, não podia se exaltar mesmo com a perturbação dos soldados ao terem dois dos seus abatidos*

-Fiquem firmes! Por nosso lar! Atirem no alvo exposto!*Disse entrou dentro de uma sala cujo porta foi aberta para si, afinal, tal como Melroa ele tinha controle de Cody que estava com o controle móvel da base do qual usava com sua unica mão livre. Após entrar os soldados atiravam em Ale'ek pelas costas enquanto ele corria seguindo atrás da dupla  que entrava na estufa*

-Meu deus...*Cody virou seu rosto para não ver aquela garota sendo alvejada pelos soldados que a atacavam sem excitação... Esse é um grande mal da guerra, olho por olho, dente por dente, sangue por sangue. O Androide olhou para trás e vendo que estava sendo perseguido seguiu carregando aquela pelo qual era responsável para o próximo comodo*

-Me diz o que você fez pra aquele cara, ele não sai do pé! *Não ousou pedir ajuda para ninguém, afinal, já haviam dois abatidos e um ferido então não podia se dar ao luxo de clamar reforço quando alguém que estava a beira da morte não recebia ajuda já que o foco era eliminar os alvos. Aquela batalha havia iniciado com tudo*

-Não podemos nos afastar muito, não temos certeza se seu irmão não está nos seguindo enquanto invisível, seriamos alvos fáceis embora o foco dele pareça ser o Boss, então acho melhor ficarmos aqui em vez de irmos para a nave, o que você acha? *Sacou sua pistola com certa dificuldade e começou a atirar na direção daquele que vinha correndo contra si para tentar machucar a garota que estava carregando, não era com nisso, seu maior dote era a diplomacia, mas o que poderia fazer? Era o que a situação exigia. Enquanto isso, dentro da sala o albino olhava para seus punhos esbanjando energia que fluía em aura azulada, era tanta que não conseguia manter aquilo em seu corpo devidamente tal como havia planejado*

-Isso é muito poder, parece que vou sobrecarregar... Acho que isso basta para vence-lo, mas como posso derrota-lo senão o vejo? É isso! *Alcatraz serrou seus punhos por alguns instantes tentando pensar no que fazer até se ligar que havia um meio de conseguir ver Hoeu e ao mesmo tempo identificar o que era e o que não era seus hologramas. Sacou uma de suas armas laser, a mais fraquinha que tinha e disparou em sua própria manga de raspão vezes o suficiente para faze-la se incendiar e então colocou seu braço para o alto para assim a fumaça da chama ter contato com o sistema de incêndio o fazendo se ativar e graças a isso o fogo em sua roupa apagou, mas a água seguiu caindo*

-Assim está bom. *Bateu na própria manga por garantia, guardou a arma de volta no coldre e seguiu então de volta para o corredor sem avistar se Ale'ek havia sido ou não abatido e nisto ele então seguiu para dentro do armazem junto aos soldados que procuravam por aquele que havia matado sorrateiramente não dois, mas três dos seus*

-Façam um circulo, rápido! Acalmem-se, sei que estão assustados, mas quando isso acabar iremos descansar, esse é a nossa casa, fiquem alertas a qualquer silhueta hostil que aparecer! Precisamos ter olhos em todos os cantos! *Momentos de pura tensão, a tropa então formaria um circulo e o capitão ficaria dentro dele concentrando sua energia, ele era quase que um ponto de luz no meio daquele ambiente hostil. Agora todos esperariam a silhueta semi-transparente aparecer com toda aquela água caindo, afinal, Hoeu podia ser invisivel, mas não era intangivel*

-Sigam-me mantendo a formação, só preciso de um pouco mais de tempo! *Mesmo sendo meros civis, aqueles homens podiam sentir uma poderosa energia que parecia pesar em seus corpos e tamanho poder vinha daquele lider provisório, era perceptivel que ele de fato estava tramando algo e algo bastante grande*

-Vamos Hoeu, não adianta mais se esconder, se eu não te vejo eu te escuto, seus passos na água, não adianta mais, se desistir agora ninguém mais se machuca, Melroa não morreu, ela forjou a própria morte e mudou seu nome para Celes para fugir e viver junto de um membro da Aliança cujo codinome é Burnes depois de trair a Reconquista em Gradopolis revelando o esconderijo do Comandante Ghil, e você já sabe disso, é uma Sombra, tem informações privilegiadas, então porque segue fazendo isso? Mandando um lacaio matar sua própria irmã, você não tem escrúpulos? Que tipo de irmão você é? Você viu a cicatriz nas costas dela, ninguém poderia ter uma igual aquela, é definitivamente Melroa. *Seus olhos vermelhos seguiam observando o perimetro por trás das lentes azuis do elmo, ele seguia caçando seu alvo e o provocando com palavras para estimula-lo a falar responde-lo sem saber que era mudo ou ao menos ataca-lo por algum acesso sentimental, aquilo bastaria para conseguir fazer um poderoso revide que poderia enfim acabar com aquela batalha*

Spoiler:

Tudo seguia como um vulto. O cenário cinza e frio alternando com um cenário escarlate e quente. Quase vinte anos depois e nada mudou. Lembro de estar deitada no chão quando um clarão me cegou. Mais um vulto. Uma pessoa se aproximando. Àquela altura eu não sabia por qual dor eu chorava. A física era quase insuportável, mas familiar. Mas a sentimental criava sua primeira cicatriz. Tão profunda que eu não sabia se me recuperaria.

Senti minha cabeça pender para trás quando fui erguida, e tudo ao meu redor parecia correr num tempo diferente do meu. Por impulso chamei o nome do meu irmão, imaginando estar novamente com 4 anos.

Quando fui posta de pé, o sangue que aparentemente tinha estagnado na cabeça, desceu. Eu voltei a realidade. Olhei com confusão e indignação para Heylel, chegando a levantar a mão para puxa-lo. Mas eu já estava avançando com Cody. ㅡ Heylel... isso não vai funcionar... Precisa para-lo... Meu irmão não vai ser afetado por nada disso... Ele me usou como uma espiã...

Minha voz saiu num tom mais choroso do que eu queria que saísse. Mas a dor nas minhas costas não ajudava. Levei a mão até o comunicador, usando o canal privado de Heylel. Respirei fundo pra normalizar a voz. ㅡ Primeiro, para com essa merda de complexo achando que fui viver com o Burnes?! Estou morrendo, mas não morta ainda! Sua irmã... Melroa, isso não importa pra ele. Achei que estar sangrando até a morte tornasse isso claro. Tente usar AGNAK e Akemi, deve funcionar melhor. Você é um soldado, deveria saber. Ele não te mata, porque não quer te matar. Ele quer informações. Diga que sabe sobre os experimentos. Sai lata velha moribunda, desencosta se não eu não miro direito. Quer levar mais um tiro é? Esse eu acerto, e bem.

Voltei a pegar a pistola, usando as duas mãos para mirar em Ale'ek. Respirei fundo, encarando o homem que abriu as portas do meu inferno pessoal. Atirei duas vezes.

Inspire.

O garoto está encurralado, a menina está caída e eu estou preso. Matar um por um implica em deixar que eles pereçam.

Expire.

Sinto minha respiração cada vez mais pesada, mas poucos segundos são o suficiente para voltar a me ponderar. Se eu não me expor, arrisco a vida dos meus companheiros. Se eu o fizer, arrisco toda a operação.

Inspire.

Estou atado, e já não posso mais fazer o que faço de melhor. Melroa pode estar morta, mas eu não posso negligenciar os vivos. Essa é uma linha que ainda não estou disposto a cruzar.

Expire.

〄 escreveu:

Estresse pós-traumático. Eu conheço essa merda, conheci muitos que meteram uma bala na própria cabeça por isso.
E você ainda têm esse pulmão fudido, não é? Vai ser difícil te transformar num soldado, garoto. Você deveria viver uma vida normal de contador, técnico de informática ou sei lá. Entendo que quer resgatar as pessoas como nós te resgatamos, mas não vai adiantar nada ter a vida salva e desperdiçar ela logo em seguida.

Três estocadas precisas, uma em um alvo fácil e duas em um alvo prioritário. Não tenho espaço para fazer uma estratégia com os hologramas, não tenho tempo para matar um por um e não tenho o estômago para ver meus companheiros morrerem. Talvez deva continuar trabalhando sozinho.

*Estando em meio aqueles homens, estivessem eles em formação ou não, Heylel seguia focando-se em sua energia e cada vez mais temia errar já que além do nervosismo ele não conseguia ver seu adversário já que ali estava escuro, então mesmo a menor das silhuetas lhe fugia do foco... O maldito era rapido e parecia estar brincando consigo, de novo*

-Ag o que? A mãe dos meninos? Eu não... *Antes que pudesse terminar de falar a espada atravessou seu peito pelas costas o fazendo perder todo o ar naquele momento, droga... Havia se deixado distrair justo naquele momento tão decisivo. Olhou para sua arma, todo o poder que havia acumulado naquele item, aquilo não podia ser desperdiçado, maldição, justo agora?*

-Quanta tolice a de nós dois não é mesmo? Cair num truque tão barato se expondo dessa forma... *Tossiu pesadamente fazendo o elmo abrir para que pudesse respirar melhor novamente. Quando a lamina saiu de seu peito deixando seu pulmão com uma fina abertura dolorida do corte e da quentura daquele sabre luminoso, o albino caia no chão com o rosto no solo que seguia sendo banhado pela agua que espalhava seu sangue o tornando mais fino e menos visível ali*

-Acho que eu esqueci de responder as meninas... *Virou o corpo para cima colocando a mão sobre a barriga, seu olhar cada vez mais opaco encarava o teto e agora só podia ouvir o som dos tiros ecoando baixo em seus ouvidos que cessavam sua função devagar junto a visão que ia vendo aquelas luzes piscantes*

-Foi mal Cody, eu prometi sim, mas... Eu vou primeiro que você, velho amigo. *Acabou não fechando seus olhos e ficou ali apenas caido com sua energia diminuindo e apagando aos poucos como uma chama forte que ia perdendo sua força conforme a agua ia caindo sobre si até apagar totalmente deixando as mechas prateadas dos cabelos agora escorridos sobre aquele olhar frio, sem vida*

Assustados com a aparição repentina, os soldados atiram em peso contra Hoeu que defende as partes vitais como pode. Agora, até mesmo o sicário está ferido naquele gigantesco confronto, e dois combatentes já estão feridos. Ao mesmo tempo, o segundo grupo agora mira na direção de Ale'ek.

Em meio à zona de guerra que tornou-se o confronto em Vumihe Boik, uma nave pilotada pelo experiente Okro que recentemente auxiliara no resgate em Tuntau, aproxima-se em velocidade. O modelo é pequeno e ágil, próprio para levar apenas duas garotas o mais rápido possível.

— Devo alertar que há uma segunda nave logo atrás. — Pronuncia-se ele, finalmente falando com sua seriedade habitual. — Seu modelo é bastante comum dos veículos alugados em Gradopolis. Definitivamente não é militar, mas está totalmente fora de rotas comuns. Acham que pode ser outro tomando o mesmo destino que nós?

As portas da grande garagem ainda estão fechadas, e ela parece fantasmagórica com o clima que se instalou.

Um alivio estranho tomou conta de mim quando o homem começou a ir em direção a porta, mesmo com meus tiros errando. Mas então voltei a ficar tensa quando vi seus braços se erguerem e sua mira focar no robô ao meu lado. Naquela fração de segundo senti minha mente ir a mil.


Ergui os dois braços e impulsionei minhas pernas no momento em que a bala estava vindo. Ela passou de raspão em minha bochecha, deixando um corte horizontal nela. Só percebi que estava com olhos fechados e mordendo os lábios quando ambos começaram a doer. Então abri os olhos, ofegando ao tentar recuperar o ar. Lancei um olhar para Cody por cima do ombro. Mas nem mesmo eu sabia que cara estava fazendo. Medo? Raiva? Alivio? Desprezo?


Voltei a olhar pra frente, caminhando pelo corredor. Mesmo com minha respiração ofegante e descompassada por conta do folego perdido e a dor agoniante do ferimento, levei a mão até o comunicador. Informei para 5 soldados bloquearem a porta onde Ale'ek tinha entrado. Então liberei apenas o canal do armazém. Mas estava ciente de que o hacker estaria vigiando. ㅡ Sabe... Não precisa acreditar que sou Melroa ou não. Não precisa mesmo... Pode fingir que sou apenas uma cópia mal feita, eu também acredito nisso. Também pode me matar. ㅡ Arrastava minhas pernas, obrigando-as a se moverem. ㅡ Mas mesmo assim, mesmo assim, você precisa dizer. Para essa miragem fajuta do que um dia um fui ㅡ Novamente o tom da minha voz volta para um choro contido. ㅡ Porque por mais que eu te odeie nesse momento... Por mais que eu odeie a todos que me usaram... Eu preciso saber. AGNAK, administrador, reconquista, datsu, aliança. ㅡ Molhei meus lábios, fazendo uma curta pausa para não gemer com a dor pulsante. ㅡ Eu não me importo com elas. Eu só quero saber e entender. Por que está na aliança? Eles não mataram nossos irmãos? Porque me usou pra espionar a reconquista? ㅡ Minha cabeça latejava quase que no mesmo ritmo que o ferimento em minhas costas.

ㅡ Por que... eu tive que passar por isso tudo? Você prometeu que eu não passaria por aquilo de novo. Mas eu estou! ㅡ Caminhei por uma linha muito tênue entre o colapso mental que estava passando. Eu podia sentir tudo ruir ao meu redor.

Minhas crenças, lembranças, escolhas e sentimentos.

Comecei a gritar sem perceber. ㅡ Você é um mentiroso, Hoeu! Todos são! Usando e manipulando tudo ao seu redor por não terem coragem e nem determinação pra lutar por si mesmos! Seja se apoiando e pondo expectativas em outras pessoas. ㅡ Me lembrei das vezes que Heylel tentou me transformar numa soldada fiel à reconquista. ㅡ Ou as usando pra fazer seu trabalho sujo! Eu... ㅡ Um soluço interrompeu minha frase, fazendo meu tom diminuir. ㅡ ... só queria entender.

*A mestiça logo acordava e ao sentir que estava renovada, percebia que estavam em um local novo agora, suspirando ao se lembrar de tudo que tinha ocorrido até ali, antes de se aproximarem de onde provavelmente Heylel e Cody estavam.
Em um momento da viagem, ela tinha despertado e se virado para Nakir gentilmente e lhe dado um beijo suave na face, junto com um outro abraço.*

- Nakir, obrigada por tudo, vou deixar minha localização com você e quando isso acabar, poderemos ir jantar e tomar sorvete juntos, combinado? Cuida do Drodag enquanto isso

*Ela logo entregava a Nakir um papelzinho com o nome dela e um código, depois se erguia e ia abraçar Drodag e os outros Okros, murmurando de uma forma carinhosa para eles.*

- Foi um prazer conhecer vocês, espero voltar a vê-los em breve, até outra hora pequeno gênio!

*Com isso ela havia se preparado para quando pousassem, se retirando da nave junto com Nelai e Onu que iria leva-las até o destino que precisavam chegar, acenando para todos os que iriam permanecer em segurança naquela breve parada que tinham feito.
Após isso ocorrer, tinha sido guiada até uma nave de pequeno porte que já esperava ela e Nelai, respirando fundo e subindo no veículo, mas não deixando de se sentir tranquila ao ver que pelo menos teriam a companhia de Onu com elas, mesmo que fosse só até onde pretendiam ir. E agora após mais um tempo viajando, lá estavam elas novamente, prontas para enfrentar um novo risco em nome da família que possuíam e pelo que acreditavam, além é claro, da preocupação com Heylel e Cody que não tinham mais passado nenhuma notícia.
Ouvia a pergunta de Onu e balançava a cabeça negativamente, mordendo o lábio pensativa e com uma expressão de poucos amigos na face, murmurando.*

- Talvez sim, a julgar pela direção que a nave está vindo... por isso devemos nos apressar, não sabemos se é amigo ou inimigo...

*Ela logo ativava o míni computador que possuía, digitando duas mensagens rápidas, uma para Heylel e outra para Cody, embora tivessem o mesmo conteúdo, Ellora não iria arriscar depender somente de uma resposta, já que ela não sabia como estava a situação e se um estava perto do outro.
“Heylel.. Cody.. mandem algum sinal.. chegamos, como fazemos pra entrar? A garagem está fechada...”
A mestiça logo enviava as mensagens e torcia para que tivessem uma resposta, murmurando novamente.*

- Talvez nossos amigos possam nos ajudar a passar por essa porta agora...

*Cody se afastou de Melroa para que pudessem executar aqueles tiros em Ale'ek que só deus sabe como ele conseguiu acertar os dois sendo que era a segunda vez que pegou numa arma pra valer em toda sua vida, a primeira foi contra Llyani embora tenha errado feio quase acertando Heylel, mas tudo bem, acontece, quem nunca vesgou na vida não é mesmo?*

-Caramba... Eu consegui? *Ficou impressionado com seu próprio feito, o de ter acertado alguém que logo era alvejado por outros diversos tiros se jogando para dentro de um quarto no processo, agora novamente só deus sabia do destino daquele outro, se havia morrido ou sobrevivido*

-Ela... Me protegeu?*E então ouviu os comentários no rádio, era seu mestre parecendo agonizar, sua voz estava fraca, cada vez mais fraca, e aquilo por mais que ele fosse apenas uma maquina o fazia sentir-se definitivamente... Desesperado*

-Ele está no quarto encurralado, acabem com isso agora! *Olhou para a garota caida ali e notou que ela ainda estava com vida, até mesmo pensou e acabar com ela ali mesmo, mas preferiu seguir em frente correndo como podia entre tropeços e quase tombos, afinal, ainda estava muto avariado. Vendo a mensagem de Ellora, não respondeu, apenas usou o controle móvel de Jubo para abrir a bendita porta*

-Não! Não! Não! Não! Não! *As luzes dos olhos oscilavam entre amarelo e vermelho, apenas, nada de azul, ele estava descontrolado, quase que totalmente. Ao chegar no armazém, ele foi direto para o albino que estava ali caído*

-MESTRE! PARA DE PIADA, LEVANTA!*Foi correndo, então chegou mais cedo que a garota morena que ia quase que arrastando-se para ali. Ao começar a ouvir a voz dela, ele ficou em silencio apenas abraçando o corpo daquele que um dia o salvou a vida e o permitir ser livre*

-Não... Você está errada, Heylel teve uma criação difícil, foi criado como uma arma pela própria mãe que nunca sequer o ensinou o significado de amar, tivemos que pesquisar na internet para definir isso porque ele ouviu um "Eu te amo" pela primeira vez e não sabia o que responder, NÃO É JUSTO VOCÊ METER ELE NO MESMO SACO DESSE BOSTA QUE VOCÊ CHAMA DE IRMÃO! NÃO É JUSTO! *Gritou usando o maximo de sua caixa de voz robotica, gritou usando quase todas suas forças, era como uma criança bizarra que não devia ter sentimentos, mas que agora, com toda agua caindo sobre seu corpo metálico as gotas pareciam formar suas lagrimas artificiais*

-Mesmo você sendo acusada de nos trair, mesmo todas as provas estando contra você, ele não te negou, ele tremeu ao apontar uma arma para você, ele hesitou! Uma arma criada desde pequena, desde o nascimento simplesmente para matar hesitou em fazer a unica coisa que foi educada para fazer! É isso que você quer entender Melroa? Isso e a definição de amar alguém, pode não ser como um marido ama uma esposa, são diversos tipos, mas ele com certeza amou você, Mora, todos vocês e deu seu corpo para que vocês ficassem bem, porque você acha que ele afastou você? Que ele preferiu agir sozinho? Um idiota? Sim! Mas ele simplesmente não podia te ver machucada, ele não podia falhar em deixa-la se ferir de novo e agora ele ta aqui, caido... morrendo e você chama ele de mentiroso?.... Porque? Você odeia ele tanto assim? A gente não te abandonou Melroa, você que sumiu enquanto ele tentava salvar as pessoas daquela nave ativando o bendito Acelerador lutando com aquela abominação da Aliança, foi você que sumiu.... Foi você que sumiu... Ele só queria nos proteger, me devolve... Me devolve meu mestre, me devolve meu pai.... Me devolve... *Agarrou-se ao corpo frio daquele que cuidou de si, agarrou o corpo inerte daquele que mesmo sem saber como sentir compartilhou risos e broncas tentando o ensinar a ter emoções para ser algo além de um servo, algo além de uma maquina, aquele rebelde cujo corpo agora jaz em seus braços queria que ele fosse como todos.... Humano*