Buraco negro - Vumihe Boik

Inspire.

"O inimigo não insistiria tanto tempo na mesma estratégia. Não depois de um de seus líderes ser abatido."

Expire.

Hoeu está sangrando e pressionando seus ferimentos mais graves enquanto mantém-se recostado por detrás de uma grande caixa no armazém de Vumihe Boik. Numa inspeção cautelosa, pode perceber que os ferimentos que atravessaram a armadura não são tão leves. Enquanto alguns formaram apenas alguns hematomas, outros foram capazes de penetrar sua pele e deixar suas marcas. Apenas mais algumas cicatrizes para seu corpo já bastante marcado.

Inspire.


"Sinto minha respiração fraca. Me pergunto se atingiu o meu pulmão."

〄 escreveu:

Escute, garoto, o que aconteceu naquela nave não estava certo. Perdemos o controle, não pudemos remediar a situação e erros aconteceram. Agora, eu posso consertar tentar salvar as outras duas garotas que sobreviveram, mas preciso de algo seu: um voto de silêncio.

Expire.

ㅡ Eu não posso dar as respostas que você procura. .ㅡ Ele responde, deixando a voz ecoar pelo armazém. A voz rouca devido ao tempo que ficou sem ser usada. ㅡ Eu sou um soldado, treinado para fazer o que eu faço. Tudo o que eu fiz e faço é por você, Melroa. Os fins justificam os meios.

Pisquei.

Olhei para o lado, sem perceber o corpo caído no chão. Cody estava agachado e gritando algumas coisas sem sentindo. Eu só entendi parte delas.

Pisquei.

O ferimento ardia a cada passo, então por que não parou de doer quando fiquei parada? Olhei em volta, sentindo tudo ficar lento ao meu redor. Voltei a olhar para Cody. Eu não conseguia ver o corpo. Ele estava atrapalhando. Toquei no robô, empurrando-o de lado.

Pisquei.

Heylel estava estirado no chão. Senti minha boca secar enquanto o encarava, estática. Não por muito tempo. Cai de joelhos ao seu lado, o que me custou um urro de dor. Com mãos tremulas toquei seu braço.

"Ele teve o que merecia. Ele tentou me matar, ele queria me matar. Ele me abandonou. Ele me usou."
"Ele me protegeu. Ele cuidou de mim. Ele esteve lá quando eu me senti sozinha. Eu o amei."

O ar parecia rarefeito. Meus pulmões não respondiam como eu queria. Puxei seu braço, fazendo-o ficar de barriga pra cima. Mais lagrimas grossas cruzavam meus rosto enquanto me aproximava lentamente para pousar sua cabeça em meu colo. Minhas mãos estavam pousadas em seus ombros, frágeis e incapazes. Uma nem viva era. Eu podia me considerar viva? Eu já tinha morrido uma vez.

Já as palavras de Hoeu soaram altas e claras. Como uma lamina, que tinha me marcado. Como a lamina que ceifou a vida de Heylel. ㅡ NÃO OUSE DIZER ISSO! NUNCA JUSTIFICOU! EU NUNCA TE PEDI ISSO! EU SÓ QUERIA QUE VIVÊSSEMOS EM PAZ! MAS VOCÊ ROUBOU ISSO DE MIM! VOCÊ ROUBOU TUDO! COMO ELES FIZERAM! ㅡ Minhas mãos grudavam no corpo de Heylel. Não sabia se o frio que sentia era do corpo dele ou do meu. Mas isso com certeza deu gás para meu desespero aumentar. Curvei meu corpo sobre o dele, fazendo as lagrimas caírem em seu rosto. ㅡ Eu os amei, com tudo o que eu podia. Vocês eram meu mundo. Então por que continuam me deixando? Você não disse que ia acabar com a aliança? Não disse que ia lutar até acabar com eles? Então por quê...?

*Se é que aquilo era possível, Cody estava confuso sentindo inúmeras coisas... Aquilo era ser humano? Não sabia se era agradável ou ruim, apenas queria que parasse agora mesmo. Ficava ali observando aquele cenário melancolico, seu mestre caido, derrotado, a quem diga morto tendo seu corpo banhado pelas aguas de um sistema que falha em apagar chamas que nem sequer existem ali, e agora, aparentemente, inimigos abaixavam suas armas sem se confrontarem como se todos estivessem respeitando o momento da queda daquele capitão*

-Melroa... *Não sabia o que falar mais, não entendia o que estava havendo, humanos eram mesmo muitos confusos afinal. Um dia ele estava em aventuras com seu mestre, no outro estava ali, o vendo nos braços de uma traidora, mas, que traidora é essa que chora sobre o corpo daquele que ela traiu? Algo estava errado com aquela historia toda e sendo uma maquina ele podia ver que nada em Melroa era falso, ao menos não emocionalmente*

-Se vocês dois lutam por ela, então os dois lutam por amor a ela, é simples assim, essa é a definição... *Respondeu a Hoeu querendo mata-lo com todas suas forças que não tinha, mas se nem mesmo civis mal-treinados perderam sua linha atirando sem parar num alvo exposto, quem seria ele em fazer isso?*

-Mas, e agora? Eu não tenho mais um mestre, o que eu vou fazer?... *Ergueu as mãos as levando até seu goro molhado daquela "chuva" e puxou para baixo para se cobrir e se encolher, realmente não sabia, a razão de sua existencia era Heylel, então o que fazer se até agora em sua visão ele se foi?*

O piloto assente e conduz a nave conforme as grandes portas se abrem. Ainda assim, seus olhos mantém-se atentou na região lateral do painel que dá-lhe visão da parte traseira do veículo. A outra nave parece rumar a mesma porta da mesma garagem.

Nakir aproveita do beijo em seu rosto para, com sua malandragem, virar um pouco a face no último segundo para que a carícia aconteça no canto de seus lábios. Satisfeito quando consegue o que quer, o felino esboça um sorriso de canto.

Quando a garagem se abre, Onu pode identificar o símbolo da Aliança estampado em uma das naves que está na garagem. Lembranças de seu tempo na aeronáutica amargam seus pensamentos e fazem-no hesitar por um instante. Ainda que estivesse pilotando para a Reconquista, ainda não havia confrontado o alinhamento antigo.

O mesmo sentimento é compartilhado por Drodag, que tem suas raízes na Aliança. Não sabia que se meteria ali, tampouco que estava lidando com rebeldes de verdade. Nunca pensou que encontraria aquele grupo perigoso cara a cara, mas também não pensava que fossem gentis como Ellora. Ainda assim, ele teme pelo Okro piloto e pretende usar a primeira oportunidade que tiver para sair correndo dali.

ㅡ Estamos parando. Eu esperarei-as aqui para voltarmos à Tuntau.

Inspire.

É curioso perceber o quanto minha irmã deixou-se influenciar ao entrar nesse mundo. Um mero jogo estratégico foi capaz de elevá-la a esse ponto cego e inconsequente.

Mudar sua mente levará tempo, assim como levou para mudar a minha. Levarei-a para casa, se possível.

Expire.

ㅡ Você serviu bem a um propósito, Melroa. Por mais que não o compreenda, será grata a ele. No final das contas, você só está aqui pela minha dedicação e pelo meu serviço que você agora despreza ao aliar-se a um rebelde contra mim. Você ainda é uma criança e não compreende.


É tudo o que diz antes dê uma vez mais pressionar dois pontos na palma da mão com seu polegar, usando a luva tecnológica da mão canhota. Sua imagem desaparece em meio ao armazém, e uma vez mais sua presença é ocultada.

Sem mais revolta. Sem mais questões. Eu apenas fique agarrada ao corpo de Heylel, deixando minha testa apoiada na dele enquanto chorava tudo o que não pude chorar antes. Meus olhos ardiam por isso, ficariam inchados provavelmente, mas naquele momento não era a minha preocupação. O ferimento em minhas costas também doía por eu ter me curvado, mas naquele momento a dor era a única coisa que me estabilizava e conduzia.

Ao ouvir meu irmão novamente, ergui lentamente meu corpo, deixando a cortina morena esconder meu rosto e de Heylel. O encarei uma última vez, beijando sua testa. ㅡ Me perdoe. ㅡ Sussurrei antes de me levantar. Olhei para o robô, sentindo um misto de pena e cansaço. Minha voz estava rouca pelo excesso de esforço. ㅡ Você ainda tem um mestre. Eu não fugi com Burnes. Eu fui raptada e morta. Mas voltei a vida. Heylel também pode. Mas Burnes é chave pra isso, ele passou pelo mesmo que eu. Tire-o daqui e leve-o até lá. Leve Miyano e Maya, ele pode ajudar pois sabe do que digo.

E então me virei para onde Hoeu estava. Mais uma vez desapareceu. Meus rosto agora estava retorcido por raiva pura e genuína. Peguei a pistola que carregava comigo. ㅡ Você se tornou um cão de caças dele. Irmão, você me perdeu no dia em que fez isso. Não sou mais uma criança, deixei de ser aos 4 anos quando a aliança me matou pela primeira vez.

Com minha mão humana, reativei meu escudo mais uma vez. E ao terminar peguei mais uma pistola. ㅡ Vai ficar se escondendo até quando? Vamos!

- Nel.. Cody não tá respondendo... nem o Heylel, to com um mal pressentimento sobre isso...
Mas olha! A porta! Bora Onu, temos que acelerar...

*A mestiça estranhava a falta de resposta dos amigos e achava isso realmente estranho e um mal sinal, já que se eles não respondiam, era porque não podiam ou porque estavam feridos, e ela se preocupava muito com essa segunda hipótese.
Era nítido que a mestiça realmente parecia incomodada com alguma coisa, só não sabia com o que exatamente, entrelaçando os dedos uns nos outros e se concentrando o máximo que podia para manter o controle e a calma, buscando por sua energia mística e a mantendo em volta dela, seguindo os ensinamentos que um dia havia tido com Pirion:
“Seja leve como uma pena”
Ao sentir o suave beijo no canto dos lábios ela se desconcentrava um pouco, corando completamente e até ficando sem voz por um momento, olhando Nakir com uma espécie de olhar tímido. Ela sorria meio sem jeito e fazia carinho na face do felino como uma promessa de que iam se ver novamente, depois se levantava e antes de deixar a nave agora que já estavam lá dentro, dizia gentilmente.*

- Obrigada pessoal, fiquem atentos a qualquer movimento hostil e qualquer coisa nos avisem e façam de tudo pra se esconderem e se manterem vivos, por favor.

*Ela acenava para Nelai e logo enviava outra mensagem para Cody, digitando rapidamente:
“Cody, estamos na garagem, vamos seguir o sinal dos comunicadores e chegar até vocês.”
Ela enviava a mensagem e enviava para Heylel também, suspirando ainda assustada com a falta de resposta do capitão, descendo do veículo e indo para a garagem e depois avançando para o próximo local, seguindo o sinal do comunicador dos amigos de equipe, torcendo para encontra-los logo e se livrar daquele mal pressentimento que tinha.*

*Parado ali, Cody não sabia mais o que fazer e não tinha mais nenhuma expectativa de nada e talvez, só talvez, aquele fosse o momento para desativar de vez todas suas funções, porém, antes que fizesse isso o que seria o mesmo que um suicídio seguindo regras humanas, ouvia Melroa mais uma vez*

-Morta e raptada? Naquele dia uma outra garota sumiu também, da Aliança, a parceira do Sirius, será que foi ela fez isso com você? Sabe... Te matou. *Seguiu até Heylel o pegando no colo como podia, ele era fraco, demais, não era atlético como o albino para simplesmente carrega-lo em seu colo, mas dava seu jeito*

-Pessoal, protegem ela, por favor. *Com ajuda de terceiros, o androide como carregar o kroyvisiano em suas costas como se fosse uma espécie de mochila e seguiu caminhando com ele para sair dali conforme indicado por Melroa, não havia o que fazer, nem ele nem o caido seriam uteis ali, para nada*

-... Mas o que é isso? *Com o rebelde nas costas, o Familiar sentia a respiração fraca dele podendo constatar que ele estava vivo, só que muito próximo da morte e isso o animou a ponto de configurar-se para colocar boa parte de sua energia nas pernas e seguir mais rápido dali*

"-Não siga apenas o sinal, siga o atalho que irei envia-las para chegarem aqui mais rápido, o Boss não muito tempo restando, sem assistência médica ele vai morrer"*Parou na estufa junto do resto do time já que ali estaria seguro, abaixou-se num vértice do ambiente e deitou ele no chão e fez o que disse que faria, fecharia a porta que elas passaram e depois iria expor a rota mais rápida para elas cortarem caminho e chegarem ali, nisto, ele percebeu que a sala de Ale'ek era um desses atalhos e seus leds dos olhos ficaram vermelhos*

-Os fins-justicam-os-meios, não é?*Se levantou devagar roubando de seu mestre as duas armas que ele havia ganho do centurião e foi até a entrada da estufa olhando o corredor por onde Ale'ek viria seguindo a ramificação do mapa*

-Pessoal, fiquem de olho aqui também, temos que ter olhos em todos os cantos. *Comentou sinalizando o local onde seria a saída daquele Jhayesiano voltando a consultar seu dispositivo móvel que tinha acesso a tudo ali, o usado por Jubo, vice lider daquela estação. Estando ali, ele encarou o corpo da garota que estava ali caída ferida*

-Eles invadiram nossa casa, eles mataram nossos irmãos, eles machucaram minha família e eles vão tirar meu mestre de mim... Vou tirar você deles. *Mesmo sem ter pericia alguma com tiros e nem sequer saber se ela estava de fato viva, era um alvo parado e insconciente então simplesmente atirou contra aquele corpo para tomar o que havia restado de sua vida e depois de fazer isso emitiu um som estranho que parecia ser uma risada e voltou sua mira esperando o outro para embosca-lo junto aos soldados que estavam consigo, em torno de 10, 5 seguiam observando a entrada como pedido por Melroa*

Ambos Cody, Nelai e Ellora deparam-se com a mesma cena: um ser sem forma definida que junta características de muitas raças distintas. Ele está ajoelhado ao lado do corpo caído de Amy, e no momento tenta tratar de seus ferimentos.

Temeroso, ele alterna seu olhar entre os dois grupos. Se não fosse por seu jaleco e pela identificação presente nele, ninguém saberia que trata-se de Jubo, o líder temporário daquela base que desmaiara antes do conflito começar.

Com estranheza no olhar, ele encara as garotas. Depois, decepciona-se ao ver Cody com a arma erguida em direção à garota que tenta recuperar.

— Parece que no final você é igual aos outros, não é? Desculpe, mas não posso deixar que mate essa menina. — Ele diz, ainda em processo de recuperação após a forte pancada na cabeça.

Drika toma a frente e atravessa seu grupo de soldados, todos temerosos e mirando suas armas para procurar o inimigo oculto. Eles já não parecem mais tão inspirados após perder quatro de seus amigos.

— O que está esperando?! — Ela exclama, encarando o robô. — Você está certo. Esse doutor de araque é um sonhador idiota, não faz sentido poupá-lo também. Está nos traindo com o inimigo.

*Ao mirar sua arma, ele notava que havia uma criatura cuidando de Amy provavelmente para reanima-la e de fato, se fosse um humano teria serrado seu olhar e dado sua expressão mais agressiva para Jubo, porém, sendo uma maquina, apenas o vermelho de suas lentes poderia soar intimidador o suficiente tal como uma careta irritada, nada demais*

-Cansei de ser um burocrata que apenas assiste enquanto minha família morre. *Naquele momento ele viu duas opções, ambas justas a seu ver. Sacou de seu "inventário" um frasco daquele medicamento milagroso que curava, porém, ele não tendo medicina suficiente não poderia salvar seu mestre com ele, porém, Jubo provavelmente sim*

-Espere um pouco Drika, apenas confie em mim... Bem, eu estou com três medicinas aqui, essa e mais duas e não tenho pericia medicinal o suficiente para aplica-la direito para salva-lo, se ele estivesse consciente eu teria, enfim, elas eram para meu mestre, porém, estou disposto a dar uma para salvar essa menina, você usa as duas em cada um e eles se salvam, ou... Você recusa e eu mato ela e você, ele está morrendo, eu não teria nada a perder, ele é tudo que eu tenho, tudo para mim. *A arma continuava erguida sem qualquer hesitação. Apesar de "corrompido", Cody ainda seguia ligeiramente diplomatico querendo resolver da melhor forma mesmo que desse jeito a inimiga despertasse junto a seu mestre. Aproveitou o momento para mandar uma mensagem para as meninas que estavam vindo já que as via no final do corredor as avisando para tomarem cuidado com o Hall pois um inimigo poderia estar lá, isso era só uma possibilidade*

*Ellora sentia o aperto no ombro dado por Nelai, compreendendo o que a companheira de time devia estar sentindo. Lia a mensagem de Cody e seus olhos se arregalavam de surpresa e preocupação e uma expressão triste e desesperada aparecia na face, com ela sabendo que Nelai estava por perto se mantendo oculta, digitando uma mensagem rápida para a companheira.
“Vamos! Heylel está por um fio!”
Enviava e saía correndo o máximo que podia, sabendo que Nelai agora estaria sentindo a mesma sensação desesperadora que ela, que agora se esforçava para não se deixar desmoronar ali mesmo, com os sentimentos de culpa, dor, tristeza, todos se misturando dentro de si e as imagens antigas do passado voltando com força total, enquanto ela avançava furiosamente pensando.
“Não... ele não vai morrer, não vou deixar...não Heylel, por favor aguenta!”
Ela repetia aquele mantra várias e várias vezes e ao chegar no fim do corredor, via Cody e o que ocorria ali, embora ela não compreendesse bem o que estava acontecendo. Lia a mensagem que Cody enviava e ativando suas lentes ao saber que ainda corriam perigo com um inimigo os rondando, ela logo olhava para todas as direções, incluindo o hall que Cody tinha apontado. Digitava a mensagem para Nelai enquanto ia chegando perto do androide e do homem de jaleco.
“Nel, vi alguma coisa no hall, fiquei preocupada com o alerta do Cody.. não deixa nada nos atrapalhar agora, é um cara escondido! Bem ali onde vou apontar.”
Ela enviava a mensagem avisando Nelai , e apontava para a fresta da entrada, no canto em que podia mostrar para Nelai que havia uma pessoa ali, indicando o local exato para Nelai, sabendo que a companheira saberia o que fazer naquele exato momento, depois corria até onde Cody estava e o olhava sem conseguir conter as emoções.*

- CODY! Cadê ele? Eu preciso ajudar o Heylel, onde ele tá? Cadê nosso capitão? Cadê ele!? Ele tá aqui perto né? Por favor fala que ele está aqui! Ah.. olá, depois ajudo sua amiga.. cadê o Heylel? Cody!

*Ellora não compreendia bem o que se passava ali e falava brevemente com o médico, mas mantendo o olhar fixo e desesperado em Cody, olhando novamente para todos os lados para ver se Heylel estaria ali perto ou não, ou se o androide tinha escondido ele por via das dúvidas.*

Olhei na direção do corredor, reconhecendo a silhueta da mulher que conheci em Tuntau. Ainda enraivecida, ergui a mão, gesticulando para o corredor. — Vão prestar suporte a eles, vasculhem as ramificações do Hall para garantir que não há mais soldados!

Enquanto os soldados saiam, puxei o lenço que costumava usar para cobrir a boca e empunhei novamente as armas, esperando Hoeu aparecer. Naquele momento eu só queria manter os gêmeos e o corpo de Heylel seguros para que saíssem dali.

Os soldados, como se já não estivessem desorientados o suficientes, param no meio do caminho com o susto de ouvir a voz do inimigo. Quatro membros daquele grupo já estavam mortos, e eles haviam acabado de falhar em fuzilar o alvo. Sua moral já está baixa, e uma nova falha talvez seja determinante para sua motivação.

Eles miram em direção a Ale'ek, mas nenhum deles têm confiança em sua pontaria para tentar acertá-lo.

— O-O que devemos fazer? — Pergunta um deles a Melroa, com as mãos claramente trêmulas. — Não podemos deixá-la aqui com o inimigo. Escute, não acha que devamos nos render? Já perdemos muitos colegas...

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Ao mesmo tempo, Drika torce o lábio em desaprovação com a atitude de Cody. Alguns dos soldados ao seu lado também parecem desgostosos, visto que a figura da garota como líder mais rígida cresceu na ausência de Mora.

— Você se esqueceu o que estamos fazendo aqui, caralho? — Ela diz, ao mesmo tempo que estoura uma bola com um chiclete rosa. — Estamos matando os filhos da puta que vieram mexer com quem tava quieto. E essa aí caída é uma delas! Se o médico viado se importa tanto com a princesinha, ele vai junto com ela. Simples!

Ela aponta o rifle em direção a Cody como resposta. De fato não parece disposta a conversar por muito tempo.

— Você é um pedaço de metal idiota. Por que estou discutindo com você?

Sua pergunta não parece retórica. Ela parece mesmo querer um motivo para não atirar em Cody.

— Rebeldes... REBELDES! Por que diabos você não me avisou que a sua namoradinha era uma rebelde, Nakir?! — Exclama o Garesiano, prestes a ter uma crise de pânico. — Eunãoseimaisoqueeufaçodaminhavida. Papaiestariaserevirandonotúmuloporqueelesemprefez SHHHHHHHHHHHHH--- Ah. Questão de que eu fosse um bom garoto e não andasse com gente do mal!

Ele caminha de um lado para o outro na nave, sussurrando seu lamento. Sua mente em ritmo acelerado bombardeia tentativas de escapar dali, mas nenhuma dela parece garantir sua sobrevivência. Até que lembra-se da nave que se aproxima, que aparentemente vinha de Gradopolis. Só podiam ser reforços da Aliança.

— Jásei! Nós vamos dar no pé daqui, Nakir. Evocênãovaiabrirabocapraninguémsobreissoporque SHHHHHHH-- Ah. Eu te esgano, entendeu?

Ele discretamente aproxima-se de Onu, o piloto da nave que levou Ellora e Nelai até Vumihe Boik. Aproveitando-se de seu provável desconhecimento em códigos, utiliza o computador de bordo do banco de passageiros para tentar interagir com a grande porta da garagem. Aproveitando, codifica seu comando para que funcione após alguns instantes para que possa enganar o piloto.

Ao sentir o corpo tombando pra trás, automaticamente levei minha mão para o que me puxava. Que no caso era o braço de Ale'ek. Um grunhido de dor escapou assim que senti a arma tocar na minha ferida. Por instinto tentei forçar minha saída, mas eu já não tinha forças. E mesmo se tivesse não conseguiria mais revidar. Estava cansada.

Olhei para o grupo, querendo gritar para deixarem de serem frouxos. 4 mortes? Eles ainda eram maioria esmagadora. Até ver uma mulher segurando um rifle, que claramente estava deslocado em sua mão. Provavelmente nunca tinha pego um. Naquele instante eu iniciei minha queda. — Peguem seu superior e retirem-se de Vumihe. Mas não abaixem suas armas, independente das mortes! A Aliança saberá que sua missão foi um fracasso. Se cairmos, levamos eles junto!

Com um movimento rápido, guardei as pistolas no meu cinto e com alguns toques da manopla fiz a porta do armazém se fechar, com os soldados do outro lado. Vendo a grande porta descendo, deixei os braços caírem ao lado do corpo. Inclinei a cabeça para trás, vendo melhor o rosto do homem. — Vamos ver se tem bolas pra isso. Pode atirar, cão da aliança. — E com um movimento de cabeça, cuspi no chão ao lado de onde estávamos.

Inspire.

O som de portas se abrindo e fechando. Aliado, inimigo? O recruta fez sua manobra, e me livrou do meu maior obstáculo. Estou livre para trabalhar

Expire.

Não estou mais atado. Tenho Melroa e não preciso mais de sobreviventes.

Inspire.

Ϟ escreveu:

Bom trabalho garoto, mas não machuque a minha irmã. A situação está sob controle e todos vão sair daqui bem.

O sistema de incêndio finalmente parou. Mais uma vez estou encoberto. Três tiros e uma estratégia.

Vou retomar o trabalho meticuloso.

Expire.

*Cody está parado esperando a resposta de Jubo e ao ouvir Drika ele simplesmente virou o rosto para ela e no momento que cogitou fazer algo Ellora chegava as pressas o questionando sobre o que estava havendo; ela parecia bastante aflita. Sabendo que ela tinha dotes de cura, sinalizou com o dedo apontando para Heylel que estava caido no canto daquela sala, bem ali numa sombra para ficar oculto*

-Você tem cura mistica, isso vale por qualquer medicina então... Jubo, eu não preciso mais de você.*Comentou e atirou na cabeça do médico o matando ali mesmo [Os dois tiros que joguei antes, usei agora, lembrando que eles já tinham acertado], afinal, ele não havia se recuperado totalmente da surra que levou e provavelmente só estava acordado a poucos minutos, assim sendo, seu estado ainda era delicado. Em seguida finalizou atirando no corpo da garota também terminando de mata-la*

-Pronto, o time está completo agora, não precisamos de mais contra-tempos. *Seguiu até seu mestre e o devolveu as armas que havia roubado para em seguida deixa-lo aos cuidados de Ellora voltando para onde Drika estava, praticamente no mesmo lugar já que estavam no mesmo comodo*

-Eu disse para confiar em mim, os cães aliados tem mais que morrer. *Apontou o indicador para Heylel que estava ali caido, parecia até inacreditável que seria aquele visivelmente Jhayesiano bom o bastante para lidar com alguém da elite. Em seguida ergueu a mão sinalizando 5 dedos, ou seja, para esperarem 5 minutos*

-Essa Zathriana possui dons sobrenaturais de cura que vão além de qualquer medicina, se nos der tempo provavelmente não teremos mais nenhuma baixa, ou se quiser pode atirar em mim, deixa-lo morrer e perder todas suas chances de vencer essa batalha, qual sua escolha, Comandante? Sim, pois sem Mora e sem Jubo e com Bastião de fora, acho justo isso ser seu. *Disse e ofereceu para ela aquele móvel que era o dispositivo de responsabilidade do Comandante daquele lugar, assim sendo, mesmo que provisoriamente, Drika seria a nova líder de Vumihe Boik. Ao ouvir Ale'ek e os ditos dos soldados, o androide voltou o olhar para o armazem onde o outro tinha uma unica refém*

-... *Cody ficou na porta da estufa rodeado de soldados, e claro, como alguém que não tinha poder de luta nenhum ficou estrategicamente de forma que quase fosse alvejado, outro receberia o dano em seu lugar, de fato apenas uma bala curva digna de filmes de ação forçados o acertaria no momento, de fato eram muitos soldados no corredor*

-Deixa eu ver se entendi, um único homem pega uma de nossas lideres de refém, a faz pedir para todos abaixarem as armas e nós temos que fazer isso calados? Rapaz, não seja ingenuo, nós somos cerca de 20 e você é apenas um, então façamos o seguinte... Ou você libera a refém, ou atiramos em vocês, estamos em nossa casa e você a invadiu e matou 4 dos nossos, você destruiu 4 famílias, então se você realmente acha que atirando nessa garota você vai sair vivo? Tolice, todos sabem que você não vai matar ela e sabe porque? Responde pra eles Hoeu, nós sabemos não é mesmo? *Ergueu o tom de voz quando chamou pelo soldado da Elite, aquela era sua forma de chamar ainda mais a atenção dele e até mesmo bateu suas palmas apenas uma vez o que era mais um traço de quem quer chamar a atenção, como um Locutor circense que faz o mesmo movimento para chamar a atenção da plateia*

-Eu sei que você está ai, escondidinho, fazendo seu trabalho, trabalho esse que você faz pela sua irmãzinha, não é? Então façamos o seguinte, se você aparecer agora e se render, ninguém sai machucado, só você dentro de um saco, do contrário, esses homens vão atirar, todos eles, e como eu disse somos cerca de 20, eu vi seu limite, você se expoem ao atacar um alvo e só pode fazer isso com 3 por vez, vi isso através do elmo do meu mestre, minha I.A é integrada, poise, o sacrificio dele valeu mais do que imagina e por ele e dos outros 4 eu não arredarei o pé. *Como um nerd de internet, claro que a bola ficava mais cheia quando tinha tantos soldados a sua disposição para lutar por si e até mesmo protege-lo mesmo que de forma indireta como escudos humanos, poise, aquele corredor estava mesmo bastante lotado. Ele falava com entonação, eloquencia, como um estrategista nato e para quem conhecia um pouco, notaria que ele tinha os maneirismos de seu criador por razões obvias, sua Diplomacia era inspirada na dele*

-Você parou para pensar que matando 3 de nós, sobram 17 para te alvejar e vingarem os caidos? Se você receber mais danos como o ultimo com certeza morrerá, então pense, vale mesmo a pena arriscar a vida da sua irmã por essa investida que já fracassou? A missão eu já não sei, mas enfim, entregue-se Hoeu, ao menos assim a sua irmã ficará bem, ou você acha mesmo que vamos abaixar nossas armas e sair com o rabo entre as pernas sendo que sabemos que isso tudo é uma farsa? Esse macaco albino não vai matar sua irmã justamente porque ela é sua irmã, chega dessa farsa ou as consequências serão graves, pense, você pode pela primeira vez fazer algo que por ela que não seja apenas magoa-la e machuca-la, é o seu momento, só que bem, eu não posso arriscar contar com sua boa vontade não é mesmo? Pelotão, fiquem em posição. *Como a legitima maquina que era, aquele Familiar não mais seguia sua empatia e sim o que poderia leva-los a vitória naquele momento e com boa parte dos soldados no corredor e outros na estufa que agora ficavam em sua frente, apenas moveu sua mão unindo dedos indicador e médio mantendo apontados para o alto, aquele era um sinal tipico de um Pelotão de Fuzilamento onde todos sabiam que o abaixar desses mesmos dedos significava, aquela era a hora de Hoeu e Ale'ek pensarem em como sair dali por onde não havia para onde fugir, afinal, estavam completamente cercados. Em Cody não havia nenhuma gota de hesitação e seus os olhos vermelhos seguiam encarando fixamente os alvos, realmente não era o mesmo robo dócil e palhaço de antes, algo havia ocorrido com seus sistemas a ponto dele ordenar aquilo sem pestanejar e o SHADOW saberia disso, não por conhece-lo e sim porque maquinas por si só não hesitam*

*A mestiça suspirava esperando a resposta de Cody, logo digitando uma mensagem para Nakir, já que agora tinha como fazer isso e localizá-lo graças à tecnologia que o pai havia instalado no míni computador dela.
“Nakir, avise Onu para esperar só mais um pouco, e por favor, tenha paciência, logo vamos poder tomar sorvete juntos, certo?”
A mestiça enviava a mensagem, agora dizendo com o tom de voz baixinho mas o suficiente para que Nelai pudesse escutá-la*

- Certo, pode deixar...

*Ellora logo fazia um aceno positivo com a cabeça com as instruções de Nelai, recebendo as informações de Cody e sorrindo embora por dentro estivesse um caos, mas tentando passar confiança para o companheiro e correndo na direção que ele mostrava, se preocupando agora em apenas curar Heylel.
Assim que chegava onde Heylel estava, a mestiça não perdia tempo correndo até o capitão e se ajoelhando ao lado do mesmo, com as lágrimas já banhando sua face, não conseguindo deixar as emoções controladas como havia sido ensinada por Pirion diversas vezes.
Lentamente e com cuidado ela puxava o capitão para que ele ficasse em seu colo, o que lhe trazia um sentimento de nostalgia e tristeza, outra vez sentindo aquela sensação de dor lhe transpassando o coração e a culpa vindo com todas as forças a atingindo, com a Zathriana abaixando a cabeça e murmurando.*

- N..não.. não vai acontecer de novo.... Heylel... não, você não vai morrer! Eu não vou deixar isso acontecer... eu te disse que você é o nosso pilar principal, que mantém nossa família... sei que pode me ouvir, então fica com a gente...
Me perdoa por não conseguir chegar antes, mas.. nós precisamos de você, eu, Nel, Cody, por favor.. não desista...

*Ela se lembrava do desespero que havia sido ao ter Dalen nos braços e tentar curá-lo insistentemente e não conseguir, do olhar perdido de Zaret e a expressão de pena que o amigo tinha lhe lançado, quando ele pousava a mão no ombro dela lhe dizendo que já não podia fazer nada e que ela precisava aceitar que o capitão deles havia caído. Os inimigos se aproximavam e ainda assim, ela se recusava a desistir mas naquele momento, Zaret a puxara e a fizera prometer que sobreviveria e continuaria lutando pela causa que tinham e acreditavam. Ela se lembrou da promessa que fizera à Syga, sentia as esperanças de Nelai e de Cody e até mesmo a própria, e apesar de saber que aquilo seria algo realmente novo para seu poder, Ellora tinha de se esforçar o máximo que conseguiria, acabando por suspirar e puxar a energia mística para ela, sussurrando.*

- Eu vou te trazer de volta... nem que use toda minha energia pra isso;

*Esvaziando a mente de tudo que a atrapalhava, todos os sentimentos, as emoções conturbadas, as lembranças perturbadoras que a dominavam; buscando apenas o poder espiritual e a energia que fluía dentro dela, Ellora deixava as mãos nos ombros de Heylel e se concentrava como nunca tinha feito antes, transmitindo sua cura para o capitão, a vendo como uma espécie de aura azulada que partia dela para ele, se recusando a quebrar aquela conexão mística e se focando unicamente no desejo de fazer com que ele fosse curado, pensando consigo mesma.
“Seja leve como uma pena.... seja leve como uma pena...”*

- Por favor.. funciona...

Spoiler:

Uso da medicina nível2
Uso da manobra de cura

Inspire.

Uma das portas abre-se no corredor entre a estufa e o corredor. Aparentemente, o sicário aproveitara a confusão para usar das portas enquanto mantinha sua camuflagem.

Ale'ek e Melroa podem vê-lo, cabisbaixo. Ele engole em seco enquanto ergue o braço que seja visto pelo inimigo e ergue alto sua pistola ornamentada. Como o soldado cuidadoso que é, faz questão de revelar apenas aquilo para fora da sala.

— Minha equipe e a garota vão sair. Eu ficarei aqui enquanto isso acontece, e assim que partirem eu termino o serviço. Trabalho melhor sozinho de qualquer maneira.

Apesar de parecer determinado ao falar, Ale'ek pode ver sua frustração. Não é do feitio de um soldado de elite recuar perante uma missão.

Expire.