Ver a esperança deixar os olhos de Miyano foi com certeza uma das coisas que mais me doeram. Eu nunca cheguei a ter filhos, mas naquele momento pude entender como uma mãe se sentia ao ver o filho crescendo. Puxei o menino num abraço apertado, pousando uma mão em sua cabeça. ㅡ Está tudo bem, vai ficar tudo bem. Momentos complicados sempre vão existir, mas você não pode desistir. Nunca. E enquanto eu respirar vou sempre proteger você e a Maya. Seja como Melroa, Celes ou qualquer outra pessoa.
Ao afasta-lo, mantive a mão no topo de sua cabeça. ㅡ Vamos passar por complicações em Vumihe, eu vou deixar a nave em piloto automático com acesso somente para você e Maya. Se alguma coisa der errado quero que corra, eu estando aqui ou não. E escute, por mais que doa dizer isso, não confie em ninguém. Dependa somente dos seus recursos, o universo é extenso demais. Existe mais pessoas ruins do que boas.
E com isso o soltei. Senti um peso sair de meus ombros, pelo menos até aquele momento. Eu não podia deixar Miyano as cegas como eu fiquei e como eu não tinha garantias de continuar ao seu lado, tentei prepara-lo. Ajeitei mais uma vez o capuz e lenço, arrumando minha manopla e me virando para segurar os controles da viagem. ㅡ Agora vamos para Vumihe Boik.[/color]